“O objetivo é permitir que os governos africanos, a braços com dificuldades financeiras, e as agências humanitárias se preparem para os desastres [climáticos], financiando a cobertura seguradora contra as secas e os ciclones tropicais”, lê-se numa nota enviada à Lusa.
Entre os objetivos desta doação à seguradora de risco africano (ARC – African Risk Capacity, no original em inglês) está também a “mitigação dos impactos das alterações climáticas para as comunidades mais pobres e mais vulneráveis, disponibilizando apoio imediato” para os países membros desta seguradora regional, entre os quais está Moçambique.
A ARC é uma iniciativa da União Africana que tem 35 estados membros, e fornece seguros contra as secas e os ciclones tropicais, frequentes em várias regiões de África.
“A abordagem normal sobre o pagamento de desastres climáticas é lenta e imprevisível usando apelos humanitários ou empréstimos depois do desastre; a ARC substitui esta abordagem antiquada, ao oferecer aos governos e aos agentes humanitários um plano para fazerem seguros que podem dar ajuda financeira imediata, que rapidamente chega às pessoas que precisam de apoio”, aponta-se ainda na nota.
“Isto impede que as necessidades humanitárias aumentem, e em última análise salva vidas, protege os rendimentos e os ativos e salvaguarda os ganhos de desenvolvimento”, acrescenta-se no texto.
Desde 2014, já houve 62 acordos assinados pelos 35 Estados membros africanos que abrangem uma cobertura cumulativa de 720 milhões de dólares, cerca de 623 milhões de euros, protegendo 72 milhões de pessoas nestes países.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
LUSA/HN
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