Banco de leite materno de Maputo faz coletas ao domicílio face à redução do número de doadoras

14 de Novembro 2021

O banco de leite materno do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade de saúde de Moçambique, passou a fazer recolhas ao domicílio face à redução do número de doadoras devido às restrições impostas pela Covid-19.

O banco de leite, inaugurado em 2018, também se ressentiu dos impactos causados pelas restrições impostas pela pandemia no país, tendo registado uma redução do número de mães doadoras e consequentemente da quantidade de leite disponível, disse Sónia Bandeira, diretora do banco de leite materno de Maputo, em entrevista à Lusa.

“Nunca chegamos a ficar sem leite, mas tivemos alguma situação de stresse por um tempo, relativamente curto”, frisou Sónia Bandeira, referindo que tiveram de se reinventar para “reverter a situação”.

Antes da eclosão do novo coronavírus em Moçambique, as mães faziam a doação em centros de saúde e hospitais, mas com a pandemia o número de doadores reduziu-se.

Na nova estratégia adotada pelo HCM, as mães doadoras entram em contacto e os profissionais do banco de leite vão até às suas casas, explicam todo o processo e deixam os frascos para a doação.

“Deixamos os frascos e em datas fixas da semana vamos e fazemos a recolha do leite e assim é que mantemos o nosso ‘stock’”, num processo que conta com 1.018 doadoras, das quais 40 ativas, acrescentou Sónia Bandeira.

No total, desde a inauguração do serviço, foram coletados 550 litros de leite, uma quantidade que serviu para cerca de 400 bebés, principalmente recém-nascidos prematuros.

O banco de leite materno apoia também mulheres que têm problemas e sentem dores para amamentar, com feridas nos mamilos e cujos bebés não consigam ganhar peso por algum motivo.

Moçambique tem um total acumulado de 1.934 mortes e 151.422 casos de covid-19, 98% dos quais recuperados.

LUSA/HN

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