Segundo João Nascimento, a empresa iniciou o trabalho há três anos e espera, a partir do primeiro trimestre de 2022, começar a laborar numa fábrica em Vila Real de Santo António que vai depois permitir transformar a planta para a produção de óleos e preparados de canábis para fins medicinais.
Após três anos dedicados a burocracias e à construção de infraestruturas básicas, a empresa obteve licença em agosto deste ano e começou a cultivar a planta naquele do concelho distrito de Faro, adiantou o diretor executivo da Cannprisma.
“Estamos a afinar o nosso processo de cultivo e o nosso objetivo é, até ao final deste ano, começar a realizar vendas de flor para o mercado estrangeiro”, afirmou, acrescentando que em 2022 a empresa vai arrancar com “a produção” em fábrica.
O objetivo, contou, é “conseguir produzir produto acabado para a Cannprisma e para outras marcas” para, no início de 2023, “começar a realizar extração de óleos preparados à base de canábis” para fins medicinais.
“No próximo ano, a nossa previsão é termos a capacidade de chegar às 20 toneladas por ano e a nossa previsão de faturação irá rondar entre os 30 a 50 milhões de euros por ano”, estimou aquele responsável.
Atualmente, a empresa conta com cerca de 50 colaboradores, mas o objetivo é poder chegar aos 300 quando o processo estiver concluído, sublinhou.
Questionado sobre a escolha do Algarve para instalar a unidade de cultivo e tratamento da planta, João Nascimento respondeu que a região é “um sítio ótimo para se viver”, mas também tem “condições excelentes” para “a planta de canábis”.
Entre as vantagens estão as “boas condições climatéricas” e um “número de horas de sol por ano”, característica “muito importante” porque “afeta diretamente a quantidade de produção” e “a própria qualidade da flor”, considerou.
Fernando Águas, diretor industrial e da administração da empresa, explicou à Lusa que a empresa tem duas áreas em Castro Marim: uma onde se “faz toda a parte do cultivo da planta” e a outra onde se faz o “processamento”, procedendo à retirada do caule e das folhas e à secagem e embalamento da planta.
“O nosso processo inicia-se com a produção de plantas mãe, dessas plantas mãe são retiradas estacas que vão depois produzir clones. Os clones são transplantados para uma área nova chamada área do vegetativo, onde vão ficar 25 dias até terem a dimensão adequada, são transplantadas para outro local, chamado área de floração, e depois da flor serão colhidas ao fim de 60 dias”, relatou.
A mesma fonte frisou que este é um processo submetido a um “controlo muito rigoroso para evitar que exista contaminação cruzada, contaminações microbiológicas, como deficiências nutritivas por parte da planta ou como controlo de pragas que possam existir”, monitorizando as condições ambientais e controlando o processo através de equipamentos tecnológicos.
“Esta unidade de cultivo já tem autorização para laborar, já estamos em produção, no entanto, em termos de dimensão, e à medida que o negócio vai avançando, vamos aumentando a dimensão das nossas estufas e, de uma forma calculada e objetiva, iremos aumentar sempre que seja necessária e de acordo com os contactos que formos estabelecendo com os nossos clientes”, referiu.
Fernando Águas disse ainda que espera, “relativamente à parte da fábrica”, ter “no primeiro trimestre de 2022” a “autorização para começar a laborar na primeira fase”, num processo que se desenvolverá depois até ter, na “terceira fase”, uma “unidade de produção de medicamentos”.
LUSA/HN
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