06/06/2023
A recomendação consta num comunicado assinado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) em conjunto com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) sobre vacinas da covid-19 adaptadas a novas estirpes do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, e considerações sobre o uso das vacinas nas campanhas de vacinação no outono de 2023.
De acordo com a nota, é aconselhada a atualização das vacinas contra a covid-19 para que visem as diferentes estirpes da subvariante XBB da variante Ómicron do SARS-CoV-2, uma vez que “se tornaram dominantes na Europa e outras partes do mundo”.
Ambas as entidades admitem, em linha com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o uso de vacinas monovalentes (dirigidas a uma linhagem da XBB, como a XBB.1.5) são “uma escolha razoável para dar proteção contra as estirpes dominantes e emergentes”.
As vacinas dirigidas a outras estirpes da família XBB, por exemplo a XBB.1.16, podem ser consideradas “com base numa justificação adequada”.
A EMA e o ECDC assinalam que as vacinas atualmente autorizadas “continuam eficazes na prevenção da hospitalização, doença grave e morte por covid-19”, mas ressalvam que “a proteção contra o vírus diminui com o tempo na sequência do aparecimento de novas variantes do SARS-CoV-2”.
As autoridades europeias da saúde e do medicamento recomendam que a campanha de vacinação da covid-19 do próximo outono “priorize as pessoas com maior risco de terem doença grave”, como as pessoas com mais de 60 anos, com sistema imunitário enfraquecido e as grávidas.
A vacinação dos profissionais de saúde “deve ser também considerada” devido ao risco acrescido de exposição a novos surtos e ao seu “papel fundamental no funcionamento dos sistemas de saúde”.
O ECDC e a EMA lembram que a vacinação atempada, “antes de um possível aumento de casos no outono e inverno”, época mais fria e por isso propícia à circulação de vírus respiratórios como o SARS-CoV-2, “é essencial para proteger as pessoas da covid-19 grave e os sistemas de saúde de serem sobrecarregados”.
A Agência Europeia do Medicamento e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças propõem, para efeitos de decisão em sede de revisão das informações sobre a comercialização de vacinas para a covid-19, o reforço da vacinação com um intervalo de quatro meses entre doses.
Pessoas com o sistema imunitário comprometido “podem necessitar de doses adicionais”. O número de doses e intervalos “devem ser adaptados a cada doente, dependendo da gravidade da sua condição e em conformidade com as recomendações nacionais”, de cada país.
Para as crianças com mais de 5 anos, e sempre que a vacinação é recomendada de acordo com as orientações de cada país, uma só dose da nova vacina adaptada à XBB “é indicada”.
Já para as crianças com menos de 5 anos, sem historial de vacinação contra a covid-19 ou infeção com o SARS-CoV-2, é indicada a inoculação primária com duas a três doses, dependendo de que vacina adaptada for administrada.
A EMA e o ECDC enfatizam que os Estados-membros da União Europeia são soberanos nas “decisões finais sobre a distribuição de vacinas”, incluindo o reforço da vacinação e os tipos de vacinas recomendados, tendo em conta fatores como “a situação epidemiológica, o impacto da covid-19 em diferentes grupos populacionais e o aparecimento de novas variantes” em cada país.
A covid-19 é uma doença respiratória pandémica com origem no coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado em finais de 2019 na China e que assumiu várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
Em 05 de maio último, decorridos mais de três anos sobre a sua declaração pela OMS, a doença deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.
Hoje, na sua última conferência de imprensa regular sobre a covid-19, a EMA enfatizou que, apesar do fim do alerta máximo internacional, a pandemia continua a ser uma ameaça.
“O vírus é e continua a ser uma ameaça, em particular para os mais vulneráveis”, disse o responsável pela estratégia de vacinação na EMA, Marco Cavaleri, acrescentando que o SARS-CoV-2 “ainda circula e novas variantes surgem”, pelo que as autoridades de saúde pública devem “manter a guarda”, sobretudo no inverno.
LUSA/HN
06/06/2023
Segundo o relatório “Acesso a cuidados de saúde, 2022 – As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia”, da autoria dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa e que será hoje apresentado, a proporção de famílias que pede a substituição de um fármaco de marca pelo respetivo genérico aumenta com o acréscimo das dificuldades económicas, passando de 33% em 2019 para 56% em 2022.
“É um efeito que não é surpresa que exista, mas foi até certo ponto surpresa a magnitude do efeito, [o facto de] ser tão forte”, admitiu, em declarações à Lusa, o investigador Pedro Pita Barros.
O especialista lembrou ainda que os mais pobres são afetados de duas formas distintas, “que se reforçam mutuamente”.
Por um lado, devido ao tipo trabalho que têm, “muitas vezes não têm as mesmas facilidades para estar em teletrabalho ou poderem evitar transportes públicos, como outras pessoas de profissões que dão rendimentos mais elevados”, ficando mais expostas ao risco de doença.
Por outro lado, são também provavelmente profissões em que o impacto económico da redução da atividade durante a pandemia terá sido maior.
“Acabam por ter maior exposição, mas também provavelmente menor disponibilidade financeira, ou maior incerteza financeira do que teriam fora da pandemia. (…) São apanhados numa tenaz, em que um dos lados é o económico e do outro a saúde”, explicou.
Em termos de intervenção pública, Pita Barros diz que esta situação deveria preocupar os decisores para “perceber melhor como é que se pode tentar recuperar essas situações e garantir agora um acesso melhor” a estas pessoas.
“A parte económica, em princípio, estará a recuperar com a recuperação da economia. A parte de saúde, terá de se perceber se são precisas medidas especificas de proteção financeira adicional, em particular no campo do medicamento”, insistiu, lembrando que é nos medicamentos associados à prescrição que está o maior peso financeiro para estas famílias.
O relatório “Acesso a cuidados de saúde, 2022 – As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia”, da autoria dos economistas Pedro Pita Barros e Eduardo Costa, será apresentado hoje, no auditório BPI All in One, no Saldanha, em Lisboa.
LUSA/HN
06/06/2023
A circular informativa da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) atualiza os medicamentos que estão com a exportação temporariamente suspensa, uma lista que abrange todos os fármacos críticos que estiveram em rutura no mês de maio, bem como os medicamentos que estejam a ser abastecidos ao abrigo de autorização de utilização excecional.
A lista que entra hoje em vigor integra 101 apresentações de fármacos de várias categorias e substâncias ativas, entre os quais medicamentos para o tratamento da diabetes, antibacterianos, antipsicóticos, antipiréticos, ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, a vacina adsorvida pneumocócica poliosídica conjugada.
Segundo o Infarmed, esta proibição destina-se a assegurar o abastecimento do mercado nacional após a ocorrência de uma rutura e aplica-se a todos os intervenientes do circuito, incluindo aos fabricantes.
Ressalva que “esta proibição se aplica aos medicamentos incluídos na lista e não a medicamentos fabricados para exportação”.
O Infarmed integra a rede europeia de pontos de contacto das autoridades nacionais competentes, da Agência Europeia de Medicamentos (EMA na sigla em inglês) e da Comissão Europeia que, desde abril de 2019, é utilizada para a partilha de informação sobre ruturas de abastecimento e questões de disponibilidade de medicamentos autorizados na União Europeia.
LUSA/HN
05/06/2023
A reunião tem como objetivos dar a conhecer as prioridades estratégicas da ANF para o setor das farmácias e a troca de ideias sobre os principais temas da atualidade em saúde.
Os principais assuntos de agenda serão, entre outros, a dispensa de medicamentos em proximidade, o serviço profissional de renovação da terapêutica e a intervenção farmacêutica em situações clínicas ligeiras, para além da importância do desenvolvimento dos canais de comunicação entre os profissionais de saúde, adianta o comunicado de imprensa.
PR/HN/RA
31/05/2023
Esta iniciativa da AstraZeneca desafia os cientistas em início de carreira a enviarem as suas propostas de investigação para acelerar a descoberta de medicamentos para algumas das doenças mais complexas do mundo.
Até dia 30 de junho, podem ser apresentadas candidaturas por estudantes do último ano de medicina e/ou de doutoramento ou investigadores de pós-doutoramento, de qualquer parte do mundo, com uma ideia inovadora capaz de ajudar a transformar o tratamento de doenças nas áreas cardiovasculares, renais e metabólicas, respiratórias e imunológicas, infecciosas ou raras. Procuram-se ideias com potencial de acelerar a descoberta e o desenvolvimento de novas terapêuticas e abordagens de tratamento e de aumentar a produtividade da I&D.
Os candidatos pré-selecionados terão a oportunidade de apresentar as suas propostas de investigação a um painel de jurados de renome mundial, com a possibilidade de lhes ser atribuída uma posição de pós-doutoramento, totalmente financiada, numa das principais instalações de I&D da AstraZeneca.
O Desafio de Pós-Doutoramento I&D faz parte do compromisso da AstraZeneca de apoiar os primeiros talentos, oferecendo oportunidades de trabalho num ambiente diversificado e inclusivo, que permita que a ciência prospere.
Mais informações sobre o desafio e a apresentação das candidaturas estão disponíveis aqui.
PR/HN/RA