O medicamento, que não está ainda autorizado na União Europeia, pode ser usado para tratar adultos com covid-19 que não necessitam de oxigénio suplementar, mas que apresentam risco acrescido de ter a doença na sua forma grave, refere o regulador em comunicado publicado no seu portal.
O antiviral, também conhecido pelo nome Lagevrio, deve ser administrado “assim que possível após o diagnóstico” e no prazo de cinco dias após o aparecimento de sintomas. Disponível em cápsulas, o medicamento deve ser tomado duas vezes por dia, durante cinco dias.
O regulador europeu do medicamento justifica a recomendação do uso do antiviral molnupiravir no tratamento da covid-19, mesmo não estando ainda autorizada a sua comercialização, para “apoiar as autoridades nacionais que podem decidir sobre a possível utilização precoce do medicamento”, por exemplo em contexto de “uso de emergência”, face ao “aumento das taxas de infeção e mortes por covid-19 na União Europeia”.
A decisão da agência, no caso do Comité de Medicamentos para Uso Humano, baseou-se numa revisão de dados, que incluiu resultados de um ensaio clínico com doentes não hospitalizados e não vacinados com uma comorbilidade que os colocava em risco de covid-19 grave.
Os efeitos secundários, ligeiros a moderados, mais frequentes durante o tratamento e nos 14 dias após a última toma do medicamento foram diarreia, náuseas, tonturas e dor de cabeça.
O antiviral não é recomendado durante a gravidez e em mulheres que podem engravidar e não usam métodos contracetivos eficazes. A amamentação deve ser interrompida durante o tratamento e quatro dias depois.
Produzido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme, em colaboração com a empresa biotecnológica Ridgeback Biotherapeutics, o medicamento reduz a capacidade do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, de se replicar no corpo, aumentando o número de mutações no material genético do vírus de uma forma que prejudica a sua capacidade de se multiplicar.
LUSA/NR/HN
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