A obesidade caracteriza-se pelo excesso de gordura corporal que determina o excesso de peso. O método mais utilizado para o diagnóstico da obesidade é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma pessoa com um IMC igual ou superior a 30kg/m2 é considerada obesa.

Para calcular o índice de massa corporal é tido em consideração o peso de um indivíduo e a sua altura através da seguinte fórmula: IMC = peso (quilos) ÷ Altura (metros)2. A título de exemplo, uma pessoa que mede 1,72 metros e pesa 102 quilos tem um IMC de 34,5kg/ m2. A grande vantagem desta fórmula científica é a facilidade com que é determinada a obesidade na prática médica diária, porém a sua principal limitação passa por não conseguir diferenciar o peso da massa gorda (gordura) do peso, por exemplo, do músculo ou dos ossos. Ainda assim, o IMC é utilizado para avaliar o estado nutricional do paciente e determina de forma precisa o grau de obesidade, como indica a tabela abaixo.

Contudo, para além do cálculo do índice de massa corporal, o médico deverá ter em conta outros aspetos durante a consulta de avaliação, nomeadamente:

• Histórico familiar – O histórico familiar ajuda a determinar se a obesidade provém de fatores hereditários;
• Evolução do peso – Analisar se o ganho de peso foi grdual ou repentino ajudará o médico a identificar a causa da obesidade;
• Perímetro abdominal – A gordura abdominal está relacionada com o risco metabólico, isto é, o risco de desenvolver doenças relacionadas com a obesidade como: a diabetes, as doenças cardiovasculares ou a pressão sanguínea elevada;
• Pressão arterial – uma avaliação mais cuidadosa pode definir se o paciente já apresenta um quadro de hipertensão ou se tem tendência a desenvolvê-la;
• Níveis de glicose no sangue – Determinar se o paciente já possui níveis de diabetes vai influenciar o tipo de tratamento a por em prática.

Obesidade infantil

A obesidade infantil é definida pelo excesso de gordura corporal nas crianças entre os 2 e os 11 anos. Contudo, ao contrário dos adultos, não existe uma classificação objetiva da obesidade relacionada com o índice de massa corporal (IMC). Para determinar se uma criança é obesa ou tem excesso de peso é necessário calcular o seu IMC, recorrendo ao seu peso e altura, mediante a utilização de tabelas apropriadas par a idade e o sexo.

A obesidade infantil tem vindo a crescer de forma alarmante por todo o mundo e Portugal não é exceção. Os números revelam que 30% das crianças apresentam excesso de peso e mais de 10% são obesas, tornando o nosso país um dos territórios da Europa onde é maior a prevalência de obesidade infantil. Fatores genéticos, uma alimentação inadequada e a falta de atividade física estão entre as principais razões. Esta condição quando desenvolvida em criança aumenta o risco de obesidade em idade adulta, bem como o risco de desenvolver outras doenças.

Dr. Rodrigo Oliveira, Coordenador da Unidade de Cirurgia Bariátrica e Doença Metabólica do Hospital Cruz Vermelha