Os dez chefes de equipa de urgência cirúrgica tinham enviado em 10 de novembro uma carta ao diretor clínico do CHULN na qual apresentavam a sua demissão em bloco a partir de segunda-feira , por considerarem que a escala de urgência de cirurgia geral “não é exequível, segundo o regulamento de constituição das equipas de urgência”.
Em comunicado, o centro hospitalar afirma que a Direção Clínica realizou nas últimas duas semanas cinco reuniões, envolvendo os chefes da equipa cirúrgica do Serviço de Urgência Central, assim como os assistentes hospitalares de Cirurgia Geral, com o objetivo de resolver questões levantadas pelos médicos na carta.
O centro hospitalar adianta que, resultante destes encontros, a direção clínica “consensualizou alterações em protocolos de resposta do serviço de urgência, indo ao encontro das reivindicações apresentadas, mudanças assumidas por escrito em documentos enviados pelo diretor clínico a elencar as principais medidas a serem implementadas e a sublinhar disponibilidade para aprofundamento de outras”.
“Ainda assim, os chefes da equipa cirúrgica do Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte entendem que não foram resolvidas todas as questões identificadas”, salienta no comunicado.
O centro hospitalar sublinha que mantém “o mesmo espírito negocial construtivo e os mesmos canais de diálogo e procura de soluções”, assegurando que “tudo fará para manter o normal funcionamento da sua urgência e o reforço das suas equipas”.
O presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, João Proença, disse hoje à agência Lusa que os chefes de equipa fizeram “uma proposta de linha vermelha” ao Conselho de Administração do CHULN, mas como este respondeu de “forma evasiva” decidiram que, a partir de dezembro, vão comunicar que “já não fazem urgência porque têm mais de 55 anos”, além de irem limitar as horas extraordinárias.
Nove dos dez médicos que se demitiram do cargo de chefia já têm mais de 55 anos e, ao abrigo da lei, podem pedir dispensa do trabalho nas urgências.
Assim, adiantou João Proença, “não só deixam de ser responsáveis de equipa como deixam de fazer bancos de urgência”, o que, disse, “vai tornar insolúvel o problema do Serviço de Cirurgia do hospital central da área de Lisboa e ainda por cima universitário”.
LUSA/HN
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