Nos primeiros nove meses de 2021, o Estado gastou mais de 400 milhões de euros com horas extra, dos quais 80,7 milhões com pagamentos a enfermeiros. “Estes dados refletem aquilo que é a realidade do SNS: falta planeamento, faltam recursos humanos e, em particular, enfermeiros”, comenta Pedro Costa.
O presidente do sindicato, citado no comunicado de imprensa, considera que “a carência de enfermeiros, bem como de outros profissionais da área da Saúde, é uma ferida do SNS que ficou ainda mais exposta com o combate à pandemia de COVID-19”. “Com os gastos que ano após ano o Estado tem feito com o pagamento de horas extra aos enfermeiros, já poderiam ter sido contratados mais recursos, com fortes ganhos para o SNS, a longo prazo”, frisa.
No entender do presidente, “são recursos que ficam nos quadros, que se integram nas equipas e que vão adquirindo uma experiência que permite melhorar os cuidados de saúde prestados, tornando-se mais eficientes”.
“Infelizmente, sucessivos governos têm preferido pagar horas extra, contribuindo para um desgaste cada vez maior dos enfermeiros e demais profissionais de Saúde”, afirma.
Pedro Costa refere ainda que “não é por uma questão monetária que os profissionais de saúde fizeram mais de cinco milhões de horas adicionais”. “Estamos a falar de mais de 18 mil horas extra que todos os dias são feitos pelos enfermeiros portugueses em todas as unidades de Saúde do SNS por necessidades dos serviços, pelo combate à pandemia e pela vacinação contra a COVID-19”, acrescenta.
Para o presidente do sindicato, em vez de “abrir concursos para enfermeiros que vão durar anos e anos até ficarem concluídos, o Governo deveria dar autonomia suficiente às administrações hospitalares e às Administrações Regionais de Saúde para contratar mais enfermeiros no mais curto espaço de tempo”. “A médio e longo prazo é o SNS que ganha e sobretudo todos os portugueses com o acesso a cuidados de saúde que, de outra forma, estão racionados pela escassez”, conclui.
PR/HN
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