Risco de corrupção é alto, governos devem responder rápido e legalmente

9 de Dezembro 2021

O presidente do Grupo de Estados Contra a Corrupção (GRECO, sigla em inglês), considerou esta quinta-feira que os riscos de corrupção relacionados com a Covid-19 permanecem altos e que os governos devem responder à pandemia rapidamente, mas de forma legal.

Numa declaração a propósito do Dia Internacional contra a Corrupção, que hoje se assinala, Marin Mrčela disse que, apesar da situação excecional que os governos têm de enfrentar, com sucessivas ondas da pandemia de Covid-19, “é crucial que ajam no pleno respeito pela lei e baseiem todas as suas decisões nos princípios de transparência, supervisão e responsabilidade”.

“Os riscos de corrupção relacionados com a pandemia permanecem altos, especialmente no setor da saúde e na ação dos governos para combater o impacto económico”, afirmou, lembrando que o acesso público à informação “continua a ser crucial, assim como esquemas eficazes de proteção de denunciantes”.

“Quando se trata de combater a corrupção no setor público ou privado, as diretrizes para prevenir os riscos de corrupção relacionados com a pandemia, divulgadas nos primeiros meses da crise de saúde, continuam válidas”, acrescentou.

O responsável sublinhou que as áreas de particular sensibilidade incluem a adjudicação de contratos públicos, conflitos de interesse e ‘lobby’.

Até o final de 2021, o GRECO terá aprovado relatórios de avaliação em 23 dos seus 50 estados-membros relativos à prevenção da corrupção nos governos centrais – incluindo funções executivas de topo – e à aplicação da lei.

“É essencial que os governos implementem totalmente as recomendações do GRECO para prevenir e combater a corrupção”, afirmou o responsável, frisando: “O seu principal objetivo deve ser estabelecer um quadro jurídico e institucional que reduza o risco de práticas corruptas antes que elas se desenvolvam e combine isso com procedimentos legais criminais oportunos e justos que prevejam sanções eficazes, proporcionais e dissuasivas”.

Marin Mrčela defende igualmente que, ao longo de seu trabalho de prevenção e combate à corrupção, os estados-membros devem “dedicar atenção especial à conscientização sobre os riscos e custos da corrupção e à educação de jovens e crianças sobre os princípios fundamentais de integridade e responsabilidade na vida pública”.

O GRECO é um órgão do Conselho da Europa que monitoriza a corrupção nos estados-membros, ajudando-os a identificar deficiências nas políticas nacionais anticorrupção e solicitando as necessárias reformas legislativas, institucionais e práticas.

Atualmente, é composto pelos 47 Estados membros do Conselho da Europa, Bielorrússia, Cazaquistão e Estados Unidos da América.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

OMS alcança acordo de princípio sobre tratado pandémico

Os delegados dos Estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram este sábado, em Genebra, a um acordo de princípio sobre um texto destinado a reforçar a preparação e a resposta global a futuras pandemias.

Prémio Inovação em Saúde: IA na Sustentabilidade

Já estão abertas as candidaturas à 2.ª edição do Prémio “Inovação em Saúde: Todos pela Sustentabilidade”. Com foco na Inteligência Artificial aplicada à saúde, o concurso decorre até 30 de junho e inclui uma novidade: a participação de estudantes do ensino superior.

Torres Novas recebe IV Jornadas de Ortopedia no SNS

O Centro de Responsabilidade Integrado de Ortopedia da ULS Médio Tejo organiza as IV Jornadas dos Centros de Responsabilidade Integrados na área da Ortopedia este sábado, 12 de abril, no Teatro Virgínia, em Torres Novas. O evento reúne especialistas nacionais e internacionais.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights