“Em relação àquela situação de termos só um caso, provavelmente não temos só um caso, até porque 30% dos passageiros que chegaram à Madeira desde 01 de julho de 2020, cerca de 200.000, são provenientes do Reino Unido, onde esta variante tem já uma prevalência muito elevada”, disse.
E reforçou: “Naturalmente, não será só um caso que possa existir na Madeira porque é uma variante de grande transmissibilidade”.
O governante falava após uma reunião com um grupo de empresários do setor da restauração e diversão noturna, no Funchal, na qual participaram também o secretário regional da Economia, Rui Barreto, e representantes da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF).
Pedro Ramos explicou que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge já não tem capacidade para analisar todas as amostras que a região envia, fazendo-o de forma aleatória, pelo que admite a possibilidade de a variante Ómicron estar a alastrar-se no arquipélago.
Em 16 de dezembro, autoridades da Madeira reportaram a primeira infeção com a variante Ómicron, um caso importado do Reino Unido, tendo Pedro Ramos afirmado na altura que a situação era “perfeitamente expectável”.
Em relação à reunião com os empresários, o secretário da Saúde sublinhou o “reforço do compromisso” no cumprimento das medidas de contenção determinadas pelo Governo Regional, que entraram em vigor em 20 de novembro e obrigam à apresentação de certificado de vacinação e teste negativo antigénio para acesso à maior parte dos recintos públicos e privados.
Pedro Ramos disse que o objetivo é “reforçar a segurança sanitária e continuar a promover e a estimular a economia da Região Autónoma da Madeira”, alertando para o facto de o Governo da República se preparar para anunciar novas restrições no período de Natal e fim de ano.
O secretário da Economia, Rui Barreto, afirmou, por seu lado, que a Europa está a enfrentar uma “fase crítica” da pandemia, com vários países a avançar para medidas mais restritivas.
“Nós não queremos isso aqui, nós queremos manter a nossa economia em funcionamento”, disse, apelando à “responsabilidade” e ao “compromisso” da população e dos empresários dos estabelecimentos de diversão noturna, onde a “perigosidade” e o “risco de propagação” [do vírus] é maior.
E alertou: “Se tivermos de tomar medidas gravosas, não há mais meios financeiros para acudir [os empresários] da forma que fizemos até há bem pouco tempo”.
Rui Barreto indicou que as autoridades vão reforçar a fiscalização no período que decorre até ao fim do ano e manifestou-se satisfeito com o compromisso dos empresários de exigir aos clientes certificado de vacinação e teste negativo, situação quem tem sido descurada pela maioria dos estabelecimentos.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 250.000 habitantes, regista 1.353 casos ativos de Covid-19, com 44 doentes hospitalizados, num total de 16.184 confirmados desde o início da pandemia.
A região autónoma sinaliza também 123 óbitos associados à doença.
LUSA/HN
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