Entre 18 e 22 de novembro de 2021, a BCG inquiriu 1.000 portugueses, homens e mulheres de diferentes idades, de norte a sul do país. O estudo “Hábitos do Consumidor Português” analisa cinco áreas do quotidiano: atividades essenciais e de lazer; poupança e despesa; hábitos digitais; habitação e trabalho; saúde e sustentabilidade.
No tema da saúde, a consultora destaca a “deterioração da saúde mental dos portugueses, registando-se um aumento de 9% para 20% de pessoas que se sentem instáveis psicologicamente”. A meditação e as consultas de psicologia estão entre os “principais mecanismos iniciados” para combater o problema.
A maioria dos portugueses reconhece que passou a dar maior importância à saúde mental e física, à família, à estabilidade financeira e ao crescimento pessoal, e 33% começaram a preocupar-se mais em adotar comportamentos sustentáveis.
Apesar de a acumulação de riqueza ter abrandado durante a pandemia e de parte da população ter sido afetada financeiramente, 41% conseguiram poupar mais do que em anos anteriores.
Em período de pandemia, verificou-se um aumento de gastos sustentado em veículo pessoal, educação e soluções de investimento, e também as despesas com animais de estimação e entretenimento em casa registaram um aumento. Por outro lado, algumas categorias caíram temporariamente, como as despesas em restauração ou vestuário.
Além disso, 51% pagaram em dinheiro com menor frequência, 20% passaram a utilizar MB WAY e 13% começaram a recorrer à aplicação do próprio banco. Esta mudança para o digital pode estar relacionada com o aumento das compras online, sendo que 44% dos portugueses recorreram mais ao e-commerce.
Quanto às atividades essenciais e de lazer, 43% desejam passar mais tempo com a família, 38% pretendem fazer mais compras online, 34% tencionam utilizar menos transportes públicos e 47% pretendem ir menos vezes a discotecas. Por outro lado, os portugueses querem viajar mais (56%) – 79% imaginam-se a fazê-lo já no próximo ano.
O estudo mostra ainda que os inquiridos passaram mais tempo em redes sociais e nas plataformas de streaming. Cinquenta e três por cento utilizaram as plataformas de streaming mais de uma hora por dia.
O regresso ao trabalho continua a ser uma incógnita para empregadores e colaboradores, com 64% da população a afirmar sentir-se confortável ou indiferente a trabalhar presencialmente, mas apenas 36% a preferir um modelo totalmente presencial. Esta preferência por modelos com componentes remotas pode estar relacionada com três fatores: 31% das pessoas sentem que são mais produtivas a trabalhar de forma totalmente presencial; a vontade de utilizar o tempo livre para estar com a família (58%), cuidar da casa (49%) e praticar desporto (45%); e as reservas em voltar a utilizar transportes públicos (10%).
Muitos trabalhadores ponderam mudar-se para outras regiões, fora das grandes metrópoles, segundo a BCG. Apesar de 45% dos portugueses quererem mudar de residência, só 16% conseguiram fazê-lo durante a pandemia.
“É essencial compreender as mudanças no comportamento dos consumidores portugueses após quase dois anos de pandemia para se desenharem as estratégias nos vários setores para o próximo ano. A incerteza que ainda marca o futuro da pandemia obriga a que as empresas, marcas e serviços mantenham a sua flexibilidade para se adaptarem ao que o contexto exigir, contudo, estes dados recolhidos e analisados pela BCG permitirão definir alguns caminhos para ir ao encontro das necessidades, desejos e tendências em Portugal”, afirma Pedro Pereira, Managing Director e Partner na Boston Consulting Group.
PR/HN/Rita Antunes
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