Hospitais do Médio Tejo com menos internamentos esta semana

30 de Dezembro 2021

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) tem registado uma afluência à urgência “acima da média” e uma ligeira diminuição no número de doentes internados por Covid-19, dos quais apenas um com a variante Ómicron, disse ontem fonte hospitalar.

“Até ao momento, não tem havido aumento significativos nos internamentos covid. No momento, estão internados 15 doentes (11 em enfermaria e quatro em cuidados intensivos), sendo que na semana passada estivemos vários dias acima dos 20 internados pelo que, na realidade, o panorama à data de hoje é de menos doentes internados do que na semana anterior”, disse à Lusa Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração do CHMT, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, no distrito de Santarém.

O gestor hospitalar disse ainda ter a reportar “apenas um caso de um doente internado em cuidados intensivos com a nova estirpe” da Covid-19, sendo que, indicou, a variante Ómicron representa “92,3% dos casos analisados pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica do CHMT”, ou seja, “a quase totalidade dos novos casos covid” do Médio Tejo.

“De facto, entre 26 e 27 de dezembro, a variante Ómicron já representava 92,3% dos casos analisados pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica do CHMT, sendo que na última quinzena, de 12 a 27 de dezembro, foram detetados pelo CHMT um total de 172 casos da variante Ómicron. De acordo com o levantamento de dados efetuado pelo CHMT, a variante Ómicron tornou-se a predominante no Médio Tejo a partir de dia 20 de dezembro, quando ultrapassou os casos da variante Delta”, precisou o centro hospitalar, em nota de imprensa.

Da análise do CHMT sobre os casos positivos à Covid-19 na sua área de influência, a maioria dos contágios (60%) ocorre nos menores de 40 anos, 14% dos casos ocorreram em utentes com idade superior a 60 anos e apenas 2,9% na faixa etária superior aos 80 anos.

Questionado sobre a afluência às urgências do CHMT, Casimiro Ramos disse que por parte “de doentes não covid tem havido uma maior pressão no serviço, embora ainda numa situação controlada”.

“Sim, efetivamente na última semana tem havido uma afluência acima da média às urgências de casos de utentes que ali se dirigiram sem que a sua situação o justificasse”, o que, notou, “limita o atendimento aos utentes que efetivamente necessitam de apoio da Urgência”.

No atual cenário, assegurou, “não existe falta de camas ou de meios” no CHMT.

O gestor hospitalar deu ainda conta que o plano de contingência do CHMT está subdivido em três níveis, estando neste momento no nível B, o intermédio, ou seja, “em situação de vigilância e com aumento da capacidade na abertura de número de camas para doentes covid e não covid, para libertar vagas na urgência”, e com “limitação do número de visitas, ou, até, cancelamento das mesmas para proteção dos doentes e profissionais”.

Questionado sobre as consequências de uma eventual necessidade de acionar o nível C, Casimiro Ramos disse que as mesmas “serão o cancelamento de cirurgias e consultas programadas não urgentes”, tendo referido que, “mesmo nesse nível, manter-se-á a capacidade de resposta às situações urgentes”.

No Hospital de Santarém o panorama é similar, tendo o Conselho de Administração afirmado não existir aumento de internamentos devido à Covid-19.

“Até ao momento não. Temos atualmente internados 10 doentes em enfermaria, menos 20 do que há um mês, por exemplo. Não temos doentes internados em cuidados intermédios e intensivos”, disse à Lusa fonte oficial do Hospital de Santarém, tendo acrescentado não haver falta de camas ou de outros meios, inclusive humanos.

“Não. As camas são ativadas consoante as necessidades e estão definidas nos vários níveis do plano de contingência”, afirmou, tendo assinalado um aumento de afluência à urgência.

“A grande maioria dos doentes encaminhados pelo SNS24 são doentes não urgentes, os quais contribuem para prolongar o atendimento dos urgentes. Face ao aumento do número de infetados, prevê-se um aumento da afluência à urgência nas próximas semanas”, concluiu.

LUSA/HN

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