Novo administrador do hospital da ilha Terceira quer reduzir listas de espera

30 de Dezembro 2021

O novo presidente do conselho de administração do hospital da ilha Terceira, nos Açores, assumiu ontem como prioridades a redução de listas de espera e o aumento de idoneidades formativas para fixar médicos.

“A minha principal preocupação é o combate às listas de espera. Por causa desta situação pandémica, não podemos esquecer os doentes que todos os dias têm necessidades e precisam efetivamente de tratamento”, afirmou o novo presidente do conselho de administração do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), José Fernando Gomes, que toma posse em 01 de janeiro.

O novo conselho de administração do HSEIT, já designado pelo executivo açoriano em Jornal Oficial, reuniu-se ontem com o secretário regional da Saúde e Desporto e com o conselho de administração cessante, em Angra do Heroísmo.

José Fernando Gomes, licenciado em organização e gestão de empresas, antigo deputado regional e antigo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, eleito pelo PSD, é o novo presidente do conselho de administração.

A equipa integra ainda Michéle Aguiar, licenciada em economia, como vogal, e César Toste, antigo deputado regional do PSD, como enfermeiro-diretor.

A médica especialista em anestesiologia Ana Rita Pinheiro tinha já sido nomeada diretora clínica do hospital em maio.

O novo presidente do conselho de administração defendeu a necessidade de reforço de médicos para reduzir as listas de espera, tanto nas consultas, como nas cirurgias e nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

“Efetivamente o hospital está um pouco carenciado em determinadas especialidades, mais a mais quando se prevê que alguns deles [médicos] a curto prazo deixarão de exercer a sua atividade, pelo facto de irem para a reforma”, salientou.

José Fernando Gomes disse que vai procurar “estabelecer protocolos com outras instituições e outras unidades de saúde”, para garantir “que as pessoas possam continuar a ter as suas consultas e possam continuar a ter as suas cirurgias programadas”.

Por outro lado, manifestou “especial preocupação” com a necessidade de reforçar as idoneidades formativas do hospital.

“É com a criação de idoneidades que vamos conseguir também criar um corpo técnico efetivo e fixo no hospital e que possa garantir a longo prazo a resposta adequada ao tratamento dos doentes”, apontou.

Segundo o novo administrador, o HSEIT tem atualmente idoneidade formativa em apenas duas especialidades (medicina interna e cirurgia geral) e não consegue atrair médicos.

“O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira neste concurso nacional apenas abriu duas vagas de medicina interna para médicos especialistas e ficaram desertas. Nem isso se conseguiu. Enquanto que o Hospital do Divino Espírito Santo [Ponta Delgada] abriu 22 vagas em 16 especialidades diferentes”, alertou.

O secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, sublinhou também que a redução de listas de espera é um “desafio” do executivo, alegando que foi possível reduzir, no espaço de um ano, o número de utentes à espera de uma cirurgia em mais de 1.000.

“É um processo que é prioritário para a secretaria regional da Saúde e Desporto, no sentido de que é inadmissível que alguém que esteja a passar por um problema de saúde que exija uma cirurgia fique um, dois, três, quatro anos em espera, como tem acontecido”, frisou.

Quanto à escolha de José Fernando Gomes para a gestão do hospital da ilha Terceira, disse que assenta em três critérios: “confiança, lealdade e competência”.

Ainda assim, Clélio Meneses garantiu que não estava “a pôr em causa quem cessa funções”, reforçando que a anterior administração prestou “um bom trabalho” e que o processo de transição decorreu “com grande normalidade”.

De acordo com o relatório de acompanhamento mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, em novembro, aguardavam por uma cirurgia na região 10.848 utentes, menos 1.392 utentes do que no período homólogo.

O hospital da ilha Terceira tinha 2.330 utentes em espera e foi o único dos três hospitais da região a apresentar um aumento face a novembro de 2020 (mais 7,5%).

LUSA/HN

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