Este segundo acelerador linear para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) representa um investimento total de cinco milhões de euros e vai reforçar a unidade de radioterapia do centro oncológico, que entrou em funcionamento em 2007.
A diretora do Serviço Radioncologia do CHTMAD, Amparo Moutinho, disse hoje à agência Lusa que esta aquisição vai permitir criar condições para que os doentes oncológicos da região de Trás-os-Montes “tenham os seus tratamentos com a maior proximidade possível” e apontou dificuldades “muito particulares” que estes utentes apresentam, tais como, “debilidade física, psicológica e económica”.
“Este novo acelerador linear também vai permitir a realização de técnicas de radioterapia que até agora só são possíveis em centros mais especializados. Estamos empenhados, como sempre, em contribuir para o atendimento cada vez mais especializado e eficaz do doente oncológico”, sustentou a responsável.
Rita Castanheira, presidente do concelho de administração do CHTMAD, reforçou a importância do equipamento para o centro hospitalar e lembrou que “já há muitos anos se procurava avançar” com a aquisição de um segundo acelerador linear e que, em 2021, se conseguiu concluir o processo iniciado por anteriores conselhos de administração.
Segundo explicou, o projeto é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020 e inclui ainda o ‘upgrade’, ou seja, a atualização tecnológica do atual equipamento, aumentando “significativamente” a capacidade do centro hospitalar que trata doentes oncológicos dos distritos de Vila Real, Bragança e norte de Viseu.
“Para termos alguma redundância para quando o aparelho falha e também para podermos fazer mais sessões de tratamento no CHTMAD”, salientou Rita Castanheiro, que apontou a realização de “tratamentos mais complexos” do que aqueles que ali são atualmente realizados, evitando-se a deslocação de utentes para o litoral.
As obras para a instalação do equipamento arrancaram na segunda-feira, sendo depois necessária a calibragem do aparelho e a conclusão do processo de licenciamento, pelo que, se tudo correr bem, deverá entrar em funcionamento até ao final de 2022.
Até novembro de 2021 realizaram-se 11.383 sessões de tratamento de radioterapia em Vila Real, mais 7,4% do que em igual período de 2020. Em 2019 foram realizadas 11.856 sessões de tratamento.
Rita Castanheira falava à Lusa após a sessão de receção dos novos internos.
O CHTMAD recebeu neste início de ano 63 médicos recém-licenciados, que vão frequentar o internato de formação geral durante este ano, e 30 internos de formação especializada, num total de 93 médicos internos.
Nélson Barros, diretor do Internato Médico, salientou que o número de internos no centro hospitalar tem vindo a crescer nos últimos anos, referindo que se tem aumentado a capacidade na formação especializada e o leque de opções para os internos de formação geral escolherem ficar no CHTMAD.
“Este é o futuro de todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), há que apostar nesta gente nova, formá-la. É um grande investimento das instituições e pessoal dos internos e o nosso interesse é cativá-los para, depois mais tarde, ficaram na nossa instituição a construir uma carreira profissional, uma vida”, salientou.
E, segundo referiu, o quadro médico do centro hospitalar “é cada vez mais jovem” e “cada vez mais feito de pessoas que foram formadas cá”, dando o seu próprio exemplo.
Nélson Barros terminou a formação em 2007 e optou por ficar em Vila Real. O mesmo objetivo tem Cristiana Fernandes, de 30 anos e natural de Amarante, que tirou o curso no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, e pretende ficar a trabalhar no CHTMAD após o internato.
Aqui fez o ano comum e entrou em Medicina Interna para a formação especializada.
Paula Vaz Marques, diretora clínica do CHTMAD, frisou que a melhor maneira de conseguir captar profissionais médicos para o centro hospitalar “é formá-los cá”, porque “conhecem a realidade” deste “grande centro hospitalar do Interior”.
O CHTMAD agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego e a unidade de cuidados paliativos de Vila Pouca de Aguiar.
LUSA/HN
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