Investigadora da Universidade do Algarve recebe bolsa europeia de cerca de dois milhões de euros

10 de Janeiro 2022

A investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da Universidade do Algarve, Vera Aldeias, ganhou uma bolsa europeia de 1,9 milhões de euros. Esta é a primeira bolsa ERC atribuída à UAlg e a primeira vez que uma bolsa ERC em Arqueologia é atribuída a Portugal.

O projeto “MATRIX – Into the Sedimentary Matrix: Mapping the Replacement of Neanderthals by early Modern Humans using micro-contextualized biomolecules” tem como principal objetivo analisar o período de transição de Neandertais para os Sapiens e “explicar porque é que a nossa espécie é hoje a única a habitar o planeta”.

Para a líder da investigação “um enorme orgulho por ter sido selecionada para um dos programas mais competitivos do mundo da ciência. Esta oportunidade irá possibilitar desenvolvermos ciência de ponta e ao mais alto nível a partir da Universidade do Algarve”. Entre quatro mil propostas, o projeto MATRIX foi um dos quase 400 projetos selecionados.

Vera Aldeias explica que “o projeto vai estudar os sedimentos arqueológicos (a terra) com a ajuda de microscópios. Depois, com o auxílio de novas tecnologias, vão conseguir-se extrair moléculas preservadas, nomeadamente pequenas porções de ADN que nos informam sobre que animais (incluindo que espécies humanas) viveram naqueles sítios através dos tempos.”

Para a investigadora “a grande inovação proposta nesta bolsa é conseguirmos extrair não só ADN, mas também proteínas e lípidos a partir de pequenas amostras para as quais conhecemos exatamente como foram depositadas e, portanto, podemos confiar na sua veracidade”. Este projeto irá, assim, “contribuir para estabelecer uma metodologia inovadora que integra a arqueologia à microescala com análises de biomoléculas para perceber quais foram as dinâmicas por trás desta transição e se foram sempre as mesmas em diferentes zonas da Europa”.

As bolsas ‘ERC Starting Grant’ são dirigidas a investigadores em início de carreira, possibilitando-lhes formar grupos de trabalho e desenvolver projetos em diferentes áreas científicas.

Maria Leptin, presidente do Conselho Europeu de Investigação, referiu: “Deixar os jovens talentos prosperar na Europa e irem atrás das suas ideias mais inovadoras – este é o melhor investimento no nosso futuro, tendo em conta a competição cada vez maior a nível global. Devemos confiar nos jovens e nas suas perceções sobre as áreas que serão importantes amanhã.”

“Estou muito feliz por ver estes vencedores das Bolsas de Iniciação ERC prontos para abrir novos caminhos e formar as suas próprias equipas. Alguns deles voltarão do exterior, graças às bolsas do ERC, para fazer ciência na Europa. Devemos continuar a assegurar que a Europa continue a ser uma potência científica”, destaca.

PR/HN/VC

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