A taxa de mortalidade, mortes por casos registados, é este ano de 1,9, comparativamente com a taxa registada em 2021 (1,2) e em 2020, quando foi de 0,7.
Só nas últimas 24 horas registaram-se mais 34 casos, segundo o relatório diário do Ministério da Saúde.
Historicamente, os primeiros e os últimos meses do ano são os que registam maior incidência de dengue, devido à época das chuvas, quando os mosquitos proliferam.
Em 2020, Timor-Leste registou um total de 1.415 casos e 10 mortes, em 2021 um total de 901 casos e 11 mortes.
Os dados do Governo mostram que o surto atual de dengue começou no início de dezembro, com 225 casos registados no mês passado, com janeiro a ser o mês com mais casos desde o início do ano passado.
O surto provocou quatro mortes em Ermera (entre apenas oito casos documentados) e um em Díli, a região com a maioria dos casos da doença, um total de 191.
A maioria dos casos (199) é febre dengue (DF, na sigla em inglês), com 13 casos de febre hemorrágica (DHF, também na sigla em inglês) e 10 de “síndrome de dengue choque” (DSS), sendo estas duas as mais graves.
No relatório divulgado hoje o Ministério da Saúde explica que a quase totalidade dos casos afetam menores de 14 anos, com 47,7% dos casos registados entre crianças com entre cinco e 14 anos, 36,3% entre crianças com idades entre um e cinco anos e 5,7% entre menores de um ano.
A zona de Dom Aleixo, no centro da capital timorense, regista o maior número dos casos documentados em Díli, e que fizeram esticar ao limite os recursos dos serviços de saúde, obrigando a transferir doentes do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) para o centro de Vera Cruz.
Atualmente há doentes com dengue em nove centros médicos da capital, com destaque para os 45 na Clínica Formosa, 39 em Vera Cruz, os 38 no HNGV e os 33 na Clínica de Becora.
Timor-Leste registou em 2005 um dos maiores surtos de dengue recentes, com dezenas de mortos nos primeiros três meses do ano, levando o país a se decretada uma região endémica de dengue.
A dengue, uma doença viral transmitida por mosquitos Aedes, tem um período de incubação após a picada do inseto que pode variar entre três e 14 dias, sendo tipicamente de quatro a sete dias.
É geralmente acompanhada por sintomas como dor de cabeça, febre, exaustão, dores musculares e articulares severas, glândulas inchadas, vómitos e erupções cutâneas, com casos que variam desde infeções assintomáticas a quadro febris e síndromes hemorrágicos com choque, os mais graves.
Ao contrário da dengue, Timor-Leste registou êxitos significativos no combate a outra doença transmitida por mosquitos, a malária, com o país sem registar qualquer morte desde 2017, zero casos em 2018 e 2019 e apenas três casos de infeção em 2020.
NR/HN/LUSA
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