No ano passado, foram estudados 79.217 recém-nascidos no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), menos 6.239 do que em 2020 (85.456).
O “teste do pezinho” é feito em Portugal desde 1979, mas só há relatório desde 1982, sendo que mais completos só a partir 1984.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o maior número de bebés rastreados observou-se no distrito de Lisboa (23.494), seguido do Porto (14.736), de Setúbal (5.919) e Braga (5.833).
Bragança, com 513 bebés rastreados, Portalegre, com 584, e Guarda, como 645, foram os distritos que menos exames realizaram em 2021.
Os dados indicam que setembro foi o mês que registou o maior número de exames feitos (7.255), enquanto fevereiro foi o que teve menos registos (5.602).
Antes deste mínimo registado no ano passado, o número mais baixo tinha sido registado em 2014 com 83.100 exames realizados no país.
De acordo com os dados dos relatórios do PNRN, consultados pela Lusa no ‘site’ do INSA, o número de bebés estudados, entre 1984 e 2008, ultrapassou sempre os 100 mil, sendo o maior registo no ano de 2000 (118.577).
Em 2009, baixou pela primeira vez dos 100 mil recém-nascidos analisados, totalizando nesse ano 99.809 exames, voltando a subir em 2010 para os 101.716 recém-nascidos, o último ano em que se atingiu esse número.
O Programa Nacional de Rastreio Neonatal, coordenado pelo INSA através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, realiza desde 1979 testes a algumas doenças graves em todos os recém-nascidos.
O painel das doenças rastreadas é constituído por 26 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose quística e 24 doenças hereditárias do metabolismo.
O exame consiste na recolha de gotículas de sangue no pé dos recém-nascidos para permitir diagnosticar as doenças, que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida, e que mais tarde podem provocar deficiência mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma, refere o INSA.
O exame deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido, porque antes do terceiro dia os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor de diagnóstico, e após o sexto dia alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento.
Todos os casos positivos são posteriormente encaminhados para a rede de Centros de Tratamento, sediados em instituições hospitalares de referência.
LUSA/HN
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