Moçambique é o terceiro país africano que mais administra vacinas

20 de Janeiro 2022

Moçambique é o terceiro país africano com maior percentagem de vacinas administradas, abrangendo 27,2% da população com 18,9 milhões de doses, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

De acordo com os dados disponibilizados no seguimento da conferência de imprensa semanal do Africa CDC, a lista dos países africanos que mais deram uso às vacinas recebidas é liderada pela África do Sul, que usou 91,5% das 29 milhões de vacinas recebidas, seguida de Marrocos, que deu uso a 90,5% das 53,6 milhões de vacinas recebidas.

“No total, foram desperdiçadas 2,8 milhões de vacinas por o prazo ter expirado, e segundo os relatos da imprensa, houve 1 milhão de doses desperdiçadas na Nigéria, porque chegaram com um prazo muito curto”, disse John Nkengasong durante o tradicional encontro virtual semanal com os jornalistas, a partir de Adis Abeba.

“Temos de fazer todos os esforços para evitar desperdiçar vacinas; quando estive numa fábrica de vacinas na África do Sul, em maio, e tive a vacina na mão, pensei que isto é uma vida que se pode salvar, foi um momento emocionante, e extrapolando aquele pequeno frasco para os milhares de vacinas a expirar, isso dói, porque é uma vida que pode não ser salva”, recordou o diretor do África CDC.

As 2,8 milhões de vacinas cujo prazo expirou representa 1% das vacinas recebidas, mas mesmo esta pequena percentagem é excessiva: “Qualquer vacina expirada é uma vacina que podia ter salvado alguém, devíamos lançar uma campanha para não se desperdiçarem vacinas, o objetivo tem de ser zero desperdício, para que todas as vacinas que chegam ao aeroporto acabem no braço de alguém”, concluiu.

Moçambique já dispõe das doses de vacinas contra a Covid-19 necessárias para imunizar toda a população adulta, meta prevista para o país, anunciou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na quarta-feira.

“Temos já disponíveis no país quantidade suficiente de vacinação para toda a população elegível”, cerca de 16 milhões de pessoas, referiu, durante uma comunicação à nação sobre as restrições para prevenção da doença.

“Assim, nos próximos quatro meses, pretendemos atingir a meta de vacinar mais cerca de cinco milhões de pessoas em todo o país”, acrescentou.

O chefe de Estado disse que Moçambique serve de exemplo para o resto da África Austral por já ter alcançado metade da meta.

Há pelo menos 10,3 milhões de pessoas com uma dose administrada e cerca de 8,5 milhões com a vacinação completa, segundo os últimos dados oficiais – sendo que a meta que corresponde à população adulta são cerca de 16 milhões.

No total, os 55 países do continente africano já administraram 353 milhões de doses, o que corresponde a 62% do total disponível em África, disse o diretor do África CDC, acrescentando que isso representa uma taxa de vacinação completa de 10,4%.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong anunciou que África ultrapassou na última semana os 10,4 milhões de casos de Covid-19, resultando em 235 mil mortes.

“O total de casos chegou a 10,4 milhões nos 55 Estados-membros da União Africana, resultando infelizmente em 235 mil mortes desde o início da pandemia de covid-19”, disse Nkengasong.

Analisando a tendência da última semana, em comparação com a anterior, o responsável afirmou que há 46 países na quarta vaga, e já oito na quinta vaga, incluindo a Guiné-Bissau, juntamente com o Quénia, Somália e Tunísia, entre outros.

“Comparando a semana entre 10 e 16 de janeiro com a de 3 a 9 de janeiro, houve um total de 249.943 novos casos, o que representa uma descida de 20%”, disse Nkengasong, vincando que em termos de número de mortes, houve um aumento médio de 4% neste período, totalizando 2.791 novas mortes, que compara com as 2.688 mortes na semana anterior.

A variante Ómicron, afirmou John Nkengasong, já foi registada em 40 países do continente, concluiu.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This