Ana Catarina Mendes garante empenho do Governo em resolver problemas do Hospital de Setúbal

9 de Fevereiro 2022

A deputada socialista Ana Catarina Mendes afirmou na terça-feira que o reforço de médicos e o concurso público para ampliação do Hospital de São Bernardo demonstram o empenho do Governo em resolver os problemas daquela unidade de saúde.

“O Hospital de São Bernardo é mesmo para resolver. Por isso é que foi lançado um novo concurso para ampliação das urgências do Hospital de São Bernardo. Por isso é que, face às dificuldades de pessoal, foram contratados 69 médicos para aqui [Hospital de São Bernardo]”, disse a cabeça de lista do PS por Setúbal nas eleições legislativas de 30 de janeiro, em que os socialistas obtiveram o melhor resultado de sempre, com a eleição de 10 deputados no distrito.

“Não foi por acaso que o diretor clínico, depois de ter apresentado a demissão, suspendeu a sua própria demissão. Foi porque houve diálogo entre o Governo e a administração do hospital. É assim que as coisas se fazem”, acrescentou.

Ana Catarina Mendes falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa em que os eleitos do PS por Setúbal fizeram um balanço da atividade autárquica que desenvolveram nos últimos quatro meses e deixaram duras críticas à maioria CDU que governa a Câmara Municipal de Setúbal.

Na conferência de imprensa, o deputado e vereador socialista Fernando José, confrontado com a elevada afluência às urgências do Hospital de São Bernardo no passado fim de semana, que obrigou o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) a desviar doentes urgentes para outras unidades de saúde, começou por criticar uma mensagem divulgada pela Câmara Municipal na página oficial do município no `Facebook´.

“Aquilo que a página do município veio dizer foi que as urgências do Hospital de São Bernardo estavam encerradas. Ora, isto é falso, é mentira. As urgências do hospital não estiveram fechadas, as urgências do hospital de Setúbal tiveram uma enorme sobrecarga durante o fim de semana. Tivemos as urgências de obstetrícia fechadas, essas sim, porque houve uma médica que, à última hora, foi diagnosticada com covid e teve de sair da escala”, admitiu Fernando José.

“O que houve [no passado fim de semana na Urgência Geral do Hospital de São Bernardo] foi um encaminhamento, que é algo que está previsto, dos doentes que não são da área de influência do nosso hospital, que não são de Sesimbra, nem de Palmela, nem de Setúbal, para outras unidades”, sublinhou, acrescentando que ele próprio teve de recorrer ao Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo no fim de semana e não deixou de ser atendido.

“Os autarcas, os deputados e o Governo têm tido uma especial atenção à questão do Hospital de São Bernardo, que atingiu uma situação preocupante. Todos reconhecemos isso. Mas também é verdade que foi o Partido Socialista que resolveu, ou está a resolver, vários problemas, com mais médicos, mais dinheiro para fazer as obras do hospital, mais dinheiro para fazer o centro de saúde de Azeitão, que está em curso, com uma perspetiva também de mais dois centros de saúde em Setúbal”, acrescentou o presidente da concelhia do PS/Setúbal, Paulo Lopes.

Confrontado pela agência Lusa com a preocupação expressa por alguns médicos, quanto à possibilidade de a ampliação do Hospital São Bernardo servir também para acolher os serviços do Hospital Ortopédico do Outão, dado que se falou na possibilidade de desativação desta unidade de saúde, Paulo Lopes garantiu que não há nada previsto nesse sentido.

“Não está previsto nem escrito em lado nenhum que a ampliação do Hospital de São Bernardo está condicionada à alienação do Hospital Ortopédico do Outão. Não há nada escrito em lado nenhum, não há nenhum despacho, seja o que for, da ministra da Saúde ou de quem quer que seja, a colocar uma opção como consequência da outra”, disse.

“Isso não existe. Foi falado, foi uma hipótese, mas, o que existe neste momento, e que é factual, é que há dinheiro no orçamento, foi lançado o concurso público e não há nenhuma referência para que o hospital do Outão seja desativado ou alienado”, acrescentou o dirigente socialista Paulo Lopes.

LUSA/HN

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