Ministra da Saúde espanhola defende que doença deixe de ser tratada como pandemia

10 de Fevereiro 2022

A ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, defendeu na quarta-feira a necessidade de avançar para um modelo endémico de vigilância da Covid-19, na reunião do conselho de ministros europeus dos Negócios Estrangeiros e Saúde, na cidade francesa de Lyon.

“A pandemia tem cada vez mais características de endemia e, portanto, temos de avançar para um novo modelo de vigilância”, sustentou Darias, que espera que a União Europeia (UE) assuma a liderança mundial nesta evolução do tratamento da pandemia de Covid-19.

A ministra, que assistiu à reunião juntamente com o titular dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, considerou que este é o momento para refletir “com todos os colegas europeus sobre como continuar a enfrentar a crise da saúde”.

“Aprendemos muitas coisas, entre elas que a atuação conjunta e coordenada nos permitiu dar resposta” à crise, indicou Darias, acrescentando que há agora que “avançar na construção da UE da saúde e na extensão da cobertura sanitária universal como elemento diferenciador da UE, do seu Estado-providência”.

A responsável da Saúde espanhola sustentou também que Bruxelas deve enfrentar agora o desafio de como continuar a efetuar a compra centralizada de vacinas e medicamentos que serão distribuídos em países com poucos ou médios recursos, um dos eixos do encontro em Lyon, que prossegue hoje em Grenoble só com os ministros da Saúde europeus.

Neste encontro, o Governo espanhol mostrou-se a favor do chamado modelo “One health”, que analisa de forma holística a saúde humana, animal e ambiental, outra lição da pandemia.

França, que ocupa a presidência rotativa do Conselho Europeu, acolheu este encontro destinado à partilha pelos ministros europeus das suas experiências da gestão pandémica.

Na reunião, participaram igualmente a comissária europeia da Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, e o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, neste caso, à distância.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, e o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, também marcaram presença no encontro.

LUSA/HN

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