“Jovens (…) sintam a alegria do dever cumprido quando ‘vão contra a maré’, sendo honestos, amáveis, justos e trabalhadores. Não nos cansemos de fazer o bem. Esta é a forma de quebrar esta espiral de corrupção, violência e violação dos Direitos Humanos”, explica um comunicado divulgado em Caracas.
O apelo dos bispos católicos foi feito por ocasião da celebração, ontem, do Dia da Juventude na Venezuela. No documento sublinha-se que que os jovens “continuam a ser semeadores de esperança”.
“Não deixem que ninguém vos arrebate o entusiasmo pela construção da civilização do amor, que é sobretudo uma afirmação dos valores da vida, da solidariedade, da paz, da liberdade, do diálogo e da participação”, explicam os bispos.
No documento, o presidente da Comissão Episcopal de Adolescência e Juventude, monsenhor José Manuel Romero, bispo de El Tigre, sublinha ainda a capacidade dos jovens de expandir a sua visão sobre o horizonte sem estabelecer limites.
“Este fogo, que arde nos corações jovens, precisa de estar unido a outros para manter-se sempre vivo e para iluminar a criatividade, o entusiasmo e o dinamismo (…) quem vive apenas segundo o princípio do benefício próprio ou busca a realização pessoal sem ter consideração pelos outros, não encontrará a verdadeira felicidade”, explica.
“No meio da tempestade da covid-19, quando alguns procuravam benefícios pessoais, (os jovens) brilharam, e continuam a brilhar (…) Trabalhadores da saúde, trabalhadores hospitalares, motoristas, padres, freiras, que, sem dúvida, na sua juventude ouviram dizer que a vida se fortalece ao ser doada”, afirma.
Por outro lado, os bispos venezuelanos veem como “alentador e gerador de esperança” que muitos jovens venezuelanos estejam a visitar as pessoas carenciadas, levando-lhes alimentos e medicamentos, dando consolo e alívio, e alegrando as crianças dos setores populares, sem procurar “protagonismos pessoais”.
“Obrigado por ousarem sonhar em grande, pelos vossos esforços diários no quotidiano comum, por serem resistentes e por usarem a criatividade que receberam como um presente de Deus Pai para projetos inovadores que vos permitem ajudar os outros e a sustentarem-se. Não parem! Estão a ir bem!”, sublinha a CEV na mensagem aos jovens venezuelanos.
Nos últimos anos, pelo menos seis milhões de venezuelanos, segundo dados da ONU e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), abandonaram o seu país, escapando da crise política, económica e social que afeta a Venezuela.
Segundo a imprensa local, a maior parte dos migrantes venezuelanos são jovens.
LUSA/HN
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