“As pessoas entenderam que a saúde é mais importante que os interesses económicos”, disse Stefanie de Borba, da liga suíça conta o cancro.
Esta votação é “uma mudança de paradigma para as autoridades federais, que aceitaram há muito tempo que a política de prevenção da saúde seja colocada sob a supervisão de grandes empresas”, indicou Pascal Diethelm, à frente da associação OxyRomandie, que visa prevenir e combater o tabagismo.
Os suíços foram às urnas para decidirem em referendo se deve ser restringida a publicidade ao tabaco.
O texto que os suíços aprovaram prevê a proibição total da publicidade ao tabaco em lugares de acesso a crianças e adolescentes, como imprensa, cartazes, Internet e cinema, aplicando-se as mesmas regras aos cigarros eletrónicos.
Os opositores, incluindo o governo federal e o parlamento, consideram que a iniciativa vai longe de mais e alguns denunciaram a tendência higienista que está a invadir as sociedades.
“Hoje estamos a falar de cigarros, falaremos de álcool, carne. Incomoda-me viver numa sociedade onde queremos esta ditadura do politicamente correto onde tudo deve ser resolvido”, afirmou Philippe Bauer, membro da câmara alta suíça (partido liberal-radical), na televisão pública suíça RTS.
Anualmente morrem na Suíça 9.500 pessoas devido ao tabaco, numa população de 8,6 milhões.
Na Suíça, onde cerca de uma em cada quatro pessoas fuma, tinha até agora uma legislação muito permissiva no domínio da publicidade ao tabaco devido ao lobby muito forte das maiores empresas de tabaco do mundo, que têm sede neste país.
Atualmente e a nível nacional apenas são proibidos os anúncios na rádio e na televisão.
Apesar de alguns cantões já terem endurecido as suas regras e uma nova lei deve entrar em vigor em 2023, os grupos que defendem o controlo do tabaco sentiram que era necessária uma ação muito mais decisiva para proteger os jovens e lançaram uma iniciativa popular.
Em referendo também estava a proibição de usar animais para experiências científicas, tendo quase 80% dos suíços recusado esta proposta.
A população suíça já rejeitou três vezes esta iniciativa.
LUSA/HN
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