23/05/2023
A iniciativa, que terá lugar na baia do Seixal a partir das 20:30, é promovida pela Câmara Municipal, pelas juntas de freguesia, pelo Núcleo do Sporting do Seixal, pela Comissão de Utentes de Saúde do concelho, pela Plataforma Juntos pelo Hospital e varias entidades do movimento associativo local.
Na apresentação da iniciativa o presidente da Câmara Municipal do Seixal explicou que a caminhada e a corrida surgem como forma de protesto pelos atrasos no cumprimento dos prazos ditados pelo governo para avançar com o projeto.
Paulo Silva adiantou que esta iniciativa nasce para dar continuidade a uma corrida que o Núcleo do Sporting do Seixal promovia antes da pandemia à qual agora se acrescenta uma caminhada, ambas em defesa da construção do hospital, uma necessidade urgente para a população do concelho.
Num apelo lançado à população e a todo o movimento associativo local, a organização explica que esta reivindicação por cuidados de saúde tem mais de 20 anos, uma luta “que precisa do contributo de todos os que vivem no concelho”.
“A correr ou a caminhar, vamos estar todos juntos pelo Hospital do Seixal!”, refere a organização.
A caminhada tem um percurso com três quilómetros, enquanto o da corrida é de cinco quilómetros, estando o ponto de encontro marcado para o Parque Urbano da Quinta dos Franceses
Embora a participação seja gratuita, a organização aconselha que seja feita inscrição prévia.
A construção do Hospital do Seixal, no distrito de Setúbal, é uma reivindicação com mais de duas décadas que já foi objeto de um protocolo entre o Estado e a Câmara Municipal do Seixal, em 2009, com inauguração prevista da unidade de saúde para 2012.
Contudo, só em 2018 houve de novo ‘luz verde’ do Governo para avançar com o futuro Hospital do Seixal, com um custo estimado de 25 milhões de euros, mas o concurso público para a conceção e projeto ficou parado devido a questões jurídicas.
A 29 de março, numa visita ao hospital Garcia de Orta, em Almada, o ministro da Saúde disse que o concurso para a construção do hospital de proximidade do Seixal deve ser lançado no último trimestre deste ano ou no inicio de 2024, classificando-o como um equipamento necessário.
“Tivemos finalmente uma sentença do Supremo Tribunal Administrativo que nos permitiu contratar o projeto. O projetista está a trabalhar no projeto que nos será entregue no segundo semestre deste ano. Diria que entre o último trimestre de 2023 e o primeiro de 2024 vamos finalmente pôr a concurso a obra do novo Hospital do Seixal, que desta vez vai passar do papel para a realidade e que bem necessário é”, explicou Manuel Pizarro.
Segundo o ministro da Saúde, o novo hospital no Seixal vai contribuir para diminuir a pressão exercida sobre o Hospital Garcia de Orta, unidade que serve uma vasta população e com uma procura significativa.
O Hospital Garcia de Orta iniciou a sua atividade em setembro de 1991, em substituição do antigo Hospital da Misericórdia de Almada/Hospital Distrital de Almada e, segundo informação oficial, serve atualmente uma população estimada em cerca de 350 mil habitantes dos concelhos de Almada e Seixal.
LUSA/HN
01/05/2023
“É provável que não se ganhe a guerra, porque este mosquito é mesmo invasor. O que queremos é que mantenha o seu número de espécimes o mais baixo possível para que não haja possibilidade de transmissão de agentes infecciosos”, disse à Lusa Maria João Alves.
Referindo-se à espécie (aedes albopictus) detetada já no Norte, Alentejo e Algarve, a investigadora do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) lembra que “toda a Europa é terreno fértil” tendo em conta as “condições ideais” para o mosquito eclodir, mas sublinha: “Por enquanto, ainda estamos numa fase muito inicial da ocupação.”
Lembra que o facto de haver o mosquito não quer dizer que haja doença e que, até hoje, nenhum exemplar desta espécie colhido em território continental estava contaminado.
Para isso, explica, “tem que vir gente infetada de zonas com dengue, por exemplo, depois, naquele período em que ficam com o vírus a circular no sangue [cinco dias], entram em contacto com os outros mosquitos e depois esses é que transmitem às pessoas”.
“Se continuarmos a atuar como temos atuado reduzimos ao mínimo a probabilidade de haver transmissão autóctone”, diz a especialista, lembrando, contudo, que não se pode dizer que há risco zero. “O que é preciso, sem dúvida, é a abundância do mosquito”.
A este nível, Maria João Alves dá o exemplo de França, onde o mosquito foi detetado pela primeira vez em 1999, mas os primeiros casos autóctones de dengue aconteceram apenas em 2010. Na Europa já houve 144 casos de autóctones de dengue, 65 foram o ano passado, em França.
“É preciso uns anos e é nesses anos que nós devemos atuar, em que devemos reduzir a população dos mosquitos, informar a população”, explica a responsável, insistindo: “É nessa altura que podemos fazer alguma diferença.”
Em Portugal Continental, desde a criação da REVIVE, em 2008, passaram alguns anos até o mosquito (‘aedes albopictus’) ser encontrado pela primeira vez. A espécie presente na Madeira desde 2004 e responsável por um surto de dengue em 2012, com mais de 2.000 casos, é diferente (‘aedes aegypti’).
Com a temperatura média a rondar os 20º e a presença de água como condições ideais para eclodir. O ‘aedes albopictus’ foi detetado em Penafiel (Norte) em 2017. No ano a seguir surgiu no Algarve (Loulé) e em 2022 no Alentejo (Mértola).
“Já sabíamos que ia chegar aqui, pois estava no Algarve e em Espanha, na fronteira. Só não sabíamos quando”, disse.
De cada vez que há uma nova introdução, descreveu, este mosquito “substitui muito rapidamente os outros”, pois distribui os ovos em vários criadores, apresentando “toda a estratégia de um mosquito que chega e se instala”.
Sempre que foi identificado em Portugal, as Administrações Regionais de Saúde criaram, no âmbito do REVIVE, programas de monitorização específicos, que além da vigilância e colheitas de mosquitos, incluem a sensibilização da população, pensando na importância de controlar a população desta espécie invasora.
A rede de vigilância inclui colheitas sazonais de mosquitos (de maio e outubro e, nalguns casos, até dezembro, como acontece com o ‘aedes albopictus’), e abrange pontos de entrada como portos e aeroportos, onde as “armadilhas táticas” estão durante todo o ano. Foi alargada às carraças, em 2011, e aos flebótomos, em 2016.
Quando o ‘aedes albopictus’ apareceu em Mértola (apenas ovos), no ano passado, “o Alentejo já tinha, numa colaboração com as câmaras municipais, armadilhas no local há muito tempo, à espera de detetar a primeira introdução”, contou a investigadora.
No total, estão envolvidos nas colheitas da REVIVE mais de 300 técnicos de saúde ambiental.
Questionada sobre como tem evoluído a ocupação do espaço nacional pelo ‘aedes albopictus’, Maria João Alves explicou: “No Norte foi encontrado nas instalações industriais de uma empresa de recauchutagem e, logo no ano a seguir já estava fora dos muros da empresa, mas ainda num perímetro de menos de um quilómetro [onde se te mantido]”.
No Algarve foi detetado em 2018, em Loulé, mas agora já foi encontrado em Faro, incluindo o porto e aeroporto, em Olhão, em Tavira e em Albufeira: “Alguns destes locais foram apenas um ou dois mosquitos, como, por exemplo, em Albufeira, mas já sabemos que está lá, que se vai instalar depois”.
Em Mértola, explica que apenas foram encontrados 11 ovos, numa mesma armadilha que estava no local há anos: “Só para o ano, ou no fim do ano, é que vamos saber onde está exatamente.”
Diz ainda que o facto de terem sido encontrados numa armadilha que estava no mesmo local há vários é a prova que “só agora foi introduzido” nesta região.
Lembra que o mosquito, uma vez infetado, fica sempre com a doença, mas sublinha que – “se tudo lhe correr bem” – só vive um mês.
“E só elas é que fazem refeição de sangue”, explica a coordenadora da REVIVE, lembrando alguns estudos, incluindo em Portugal, que usam inclusive machos estéreis – que procriam mas os ovos não eclodem -, para tentar reduzir a possibilidade de transmissão.
Apesar de tudo, diz que nunca se poderá falar em risco zero.
LUSA/HN
11/04/2023
Os dados avançados hoje à agência Lusa pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) indicam que, nos três primeiros meses do ano, foram estudados mais 1.437 bebés do que em igual período de 2022 (19.628) no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo INSA, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana.
Desde o início da pandemia, em que foram rastreados 21.124 bebés nos primeiros três meses de 2020, que o número de nascimentos não ultrapassava a barreira dos 20 mil no primeiro trimestre, com 18.226 recém-nascidos rastreados em 2021 e 19.628 em 2022 em igual período, segundo os dados do programa que cobre quase a totalidade de nascimentos em Portugal.
Os dados indicam que janeiro foi o mês que registou o maior número de nascimentos (7.649), seguido de março (7.196) e, por último, fevereiro com 6.220 bebés.
Neste primeiro trimestre, Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (6.251), seguido do Porto (3.799), Setúbal (1.746), Braga (1.520), Faro (1.082) e Aveiro (970).
O menor número de testes foi observado no distrito de Portalegre (121), Bragança (163), de Vila Real (239), seguido de Castelo Branco (249) e Viana do Castelo (363), segundo o programa coordenado pelo INSA,
Em 2022, Portugal voltou a ultrapassar a barreira dos 80.000 nascimentos, após a quebra histórica da natalidade em 2021, 83.436 recém-nascidos nesse ano, um aumento de 5,3% relativamente a 2021 (79.217), ano em que Portugal registou o menor número de nascimentos.
Antes deste mínimo registado em 2021, o número mais baixo tinha sido verificado em 2014, com 83.100 exames realizados no país, e o mais alto no ano de 2000 (118.577), segundo dados consultados pela Lusa.
O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite atualmente detetar 27 doenças, possibilitando uma atuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.
10/04/2023
Com a adjudicação da obra aprovada na quarta-feira em reunião camarária, a Câmara da Amadora revelou, em comunicado, que a nova unidade de saúde familiar (USF) vai ser construída na Praceta Moinho da Boba, junto à Estrada da Serra da Mira (freguesia de São Brás), a cerca de 350 metros das atuais instalações.
Questionada pela Lusa, a autarquia, no distrito de Lisboa, esclareceu por escrito que a obra “irá substituir as instalações provisórias que funcionam em contentores, desde 2013, solução implementada, na altura, como forma de permitir o alargamento da rede de cuidados de saúde à população”.
A nova USF Ribeiro Sanches está orçada em dois milhões e 800 mil euros e é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Com dois pisos, gabinetes de consulta e de enfermagem e salas de espera e tratamento, o espaço vai permitir “melhores condições para servir a população, bem como aumentar a taxa de cobertura dos serviços de saúde de proximidade” e uma “intervenção precoce na doença e a introdução de inovação e desenvolvimento do sistema de saúde”, lê-se na nota enviada pela câmara.
A infraestrutura vai servir um universo de 20.900 utentes, estimou a autarquia liderada pela socialista Carla Tavares.
De acordo com os registos de março do Serviço Nacional de Saúde (SNS), disponíveis no ‘website’ do Ministério da Saúde, o espaço atual tem 9.684 utentes inscritos – 15% sem médico de família.
A Câmara Municipal indica ainda que a obra tem um prazo de execução de 546 dias, ou seja, deverá estar terminada no outono de 2024.
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Amadora é composto por 10 unidades e tem 181.542 utentes inscritos, indicam os mais recentes dados do SNS.
LUSA/HN
29/03/2023
O programa de inteligência artificial capaz de rastrear e detetar o glaucoma, a principal causa da cegueira irreversível no mundo, começou a ser posto em prática em novembro no Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e a partir de hoje estende-se ao Centro de Saúde de Sete Rios, do Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte.
O Serviço de Oftalmologia do CHULN adianta em comunicado que estabeleceu um protocolo para alargar este serviço a centros de saúde da região de Lisboa.
Segundo a mesma informação, esta é a primeira vez que se realizam rastreios de glaucoma nos cuidados de saúde primários.
O CHULN estima que o número de utentes abrangidos seja de 30 mil pessoas.
“Em caso de rastreio positivo, os utentes receberão logo informação para marcação de uma consulta de glaucoma a realizar no espaço de duas a três semanas no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte”, adianta o comunicado.
A nova forma de rastreio vem, através de uma fotografia tirada aos olhos, evitar a realização de um conjunto de sete exames com cerca de uma hora de duração, o que ajuda a poupar recursos e a acelerar o tratamento da doença.
Estima-se que em Portugal existam cerca de 400 mil pessoas com glaucoma, metade das quais por diagnosticar, de acordo com o CHULN.
Apesar de incurável, o glaucoma pode ser controlado de modo a prevenir a perda de visão, quando diagnosticado precocemente.
LUSA/HN