“As medidas que foram tomadas hoje, obviamente. são bem-vindas porque nós estamos numa fase especial da pandemia, em que após o sucesso tremendo da vacinação nós estamos em condições de poder libertar algumas das medidas restritivas que existem”, afirmou Miguel Guimarães à agência Lusa.
Apontando que Portugal nem sequer é dos países com mais medidas restritivas, Miguel Guimarães defendeu que o país tem de caminhar no sentido de, durante o mês de março, poder ir “às últimas medidas que ainda vão permanecer”, como é o caso da máscara.
A máscara em locais fechados “vai ser a última coisa a cair”, o que só acontecerá quando a situação “estiver completamente controlada”, disse.
Para o bastonário dos médicos, há locais em que a proteção tem que “ser mais forte”, como os lares ou os hospitais, nomeadamente com a realização de testes.
Do resto, adiantou, o isolamento para pessoas assintomáticas que tiveram contacto de alto risco parece-lhe fazer sentido. “Aliás, até faz sentido se calhar não fazer teste”, acrescentou.
Reiterou que o tempo de isolamento nas pessoas com sintomas moderados devia diminuir de sete para cinco dias, à semelhança do que a maior parte dos países fez, dada as características conhecidas deste vírus em termos de incidência, transmissibilidade e gravidade.
“Temos aqui um espaço se calhar para fazer isso também”, disse, desafiando a Direção-Geral de Saúde a avançar.
Para Miguel Guimarães, já não vale a pena continuar a testar em massa, mas sim as pessoas sintomáticas e as que precisem de ser testadas por motivos especiais.
Relativamente aos certificados digitais Covid-19, considerou que já não faz sentido a sua apresentação, à exceção para quem viaja, devido à grande parte da população vacinada.
Só nas últimas duas semanas houve cerca de 1,5 milhões de pessoas que contactaram com o vírus e têm imunidade natural, muitas vezes sobreposta à imunidade dada pela vacina, elucidou.
O bastonário sugeriu ainda terminar com o mapa diário da avaliação da pandemia: “Acho que a melhor forma de comunicar neste momento é dar, uma vez por semana, a informação real daquilo que está a acontecer para as pessoas perceberem a evolução da própria pandemia”.
“A Direção-geral da Saúde está a fazer uma coisa que é importante para as pessoas. Se não houvesse informação era acusada de não dar informação, agora dar a informação todos os dias, neste momento, eu acho que não faz sentido nenhum e é um exagero”, salientou.
Miguel Guimarães afirmou que “a gravidade do vírus caiu a pique” e está convicto que no dia 20 de março se assinalará “a Primavera da liberdade”.
O Conselho de Ministros decidiu ontem um conjunto de medidas de alívio das restrições de controlo da Covid-19, na sequência da reunião de quarta-feira no Infarmed, em que peritos defenderam que evolução da situação epidemiológica permitia esse alívio.
Entre as principais medidas, na nova fase do combate à pandemia prevê-se também o fim do confinamento de contactos de risco, da recomendação de teletrabalho, limites de lotação em estabelecimentos comerciais e da exigência de certificado digital, exceto no controlo de fronteiras, e de teste negativo para grandes eventos, recintos desportivos, bares e discotecas.
LUSA/HN
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