Essa é uma das principais novidades introduzidas nesse equipamento do distrito de Aveiro, depois de a Sociedade de Turismo de Santa Maria da Feira, gestora do referido espaço de banhos, ter passado em 2021 a empresa municipal.
Desde essa altura, a inscrição no balneário passou a ser gratuita para residentes no território, cuja população ronda os 140.000 habitantes, mas, a partir do próximo dia 28 de fevereiro (data em que o balneário inicia a sua nova época), os moradores da Feira também passam a contar com um desconto de 15% em tratamentos termais receitados por médico e envolvendo curas de pelo menos duas semanas.
Outra medida agora anunciada é um “projeto-piloto de termalismo social” que, a partir de junho, financiará anualmente “até 200 tratamentos termais de 15 dias” a munícipes cuja condição financeira não lhes permita suportar o encargo com essas terapêuticas.
Mediante avaliação económica e médica de cada candidato para verificação da efetiva necessidade do respetivo benefício, poderão assim ser apoiados “crianças, seniores, doentes crónicos graves com problemas do foro músculo-esquelético e respiratório, bem como munícipes com acompanhamento nas áreas da saúde mental e da saúde do cuidador”.
O presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa, disse à Lusa que, se as termas “são um equipamento municipal, gerido por uma empresa municipal, então os munícipes devem ter benefícios no acesso aos serviços prestados”.
Para o autarca social-democrata, o novo programa de apoios dá também forma àquela que é uma estratégia de saúde preventiva.
“Ao facilitarmos o acesso dos nossos munícipes às Termas de São Jorge, seja através da isenção da taxa de inscrição e descontos em tratamentos termais, seja através de programas de termalismo social, estamos a investir na promoção da saúde das nossas populações”, explica.
Propondo-se incentivar a reaproximação de munícipes de todas as idades àquele que descreve como “um equipamento de referência” ao nível da saúde e do bem-estar, Emídio Sousa defende ainda que as novas medidas refletem uma preocupação que não pode ser descurada na atual conjuntura.
“Estes incentivos são para que os nossos munícipes usem este equipamento do território, que é útil, que é bom e que traz inúmeros benefícios ao nível físico e mental, para uma melhor qualidade de vida. Temos mesmo de começar a cuidar da nossa saúde enquanto estamos saudáveis e não apenas quando ficamos doentes”, afirma.
Em 2019, em período pré-pandemia, o balneário situado na freguesia das Caldas de São Jorge registou 2.865 inscrições numa época termal que se estendeu de 11 de fevereiro a 01 de dezembro, somando assim 36.926 entradas para tratamento.
No ano seguinte, de atividade mais reduzida devido às restrições impostas pela Covid-19, as Termas de São Jorge só funcionaram de 17 de maio a 04 de dezembro, recebendo nesse período 1.716 inscrições, o que correspondeu a 23.246 visitas terapêuticas.
A média de utilização desses banhos para efeitos clínicos é de 14 dias por termalista, sendo que 35% da respetiva despesa é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde, até ao limite de 95 euros por utente.
LUSA/HN
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