À Lusa, Cristina Sousa descreveu que “o objetivo é escoar com mais qualidade e facilidade um serviço” dedicado a quem deseje aderir à PrEP, mantendo os interessados no sistema hospitalar, mas sem que estes tenham de se deslocar aos hospitais.
Este projeto junta a Abraço e o Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), estrutura que inclui o Hospital de Santo António, e o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).
“Percebemos que, em termos de acessibilidade – e com a pandemia [da covid-19] a situação piorou – estava a ser difícil dar resposta e em tempo útil ao número de pedidos. Sendo a PrEP uma medida de prevenção importante, deve ser iniciada mal a pessoa manifeste o desejo de iniciar este método preventivo”, descreveu Cristina Sousa.
Considerada uma intervenção eficaz de prevenção do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), a PrEP consiste na toma de um medicamento para prevenir a infeção em pessoas seronegativas, ou seja não portadores de VIH.
Na prática, a PrEP permite, a quem tem consciência de que tem comportamentos de risco, adicionar ao seu dia a dia uma ferramenta de prevenção.
A toma do comprimido associado a esta técnica não substitui o uso do preservativo porque não elimina o risco de contrair outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), mas previne a infeção por VIH.
“Há um conjunto de pessoas que tem noção que nem sempre usa preservativo. Sabendo que tem esse comportamento, a pessoa que mostra interesse em iniciar esta terapêutica antirretroviral pode recorrer à Abraço e iniciar um processo que é conduzido por clínicos dos hospitais, mas sem ir ao hospital”, disse a responsável.
Qualquer pessoa pode procurar as consultas que decorrem, após rastreio e manifestação de interesse, no Centro Comunitário da associação, na Rua da Torrinha.
O protocolo que junta a Abraço, o CHUP e o CHUSJ “não tem fechado” um número limite de beneficiários, estando a ser desenvolvido de acordo com as vagas existentes.
Paralelamente, as consultas nos hospitais continuam a acontecer, mas desta forma, explicou a responsável, é possível envolver as ONG e retirar peso aos hospitais no que diz respeito à espera por consultas ligadas a doenças infecciosas.
Salvaguardando que a adesão não significa ficar fora do sistema, porque, aliás, o tratamento das análises é hospitalar e o clínico que acolhe o utente que procura a Abraço é dos hospitais do Porto, Cristina Sousa acrescentou que outro dos objetivos do projeto é “garantir um ambiente de maior proximidade, logo potenciar uma maior adesão ao tratamento”.
LUSA/HN
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