Médicos de família debatem novas opções terapêuticas para a dor crónica

21 de Fevereiro 2022

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) vai realizar hoje, pelas 19h00, uma reunião online subordinada ao tema “Canabinoides na dor crónica – mitos, factos e opções terapêuticas”.

A iniciativa, que resulta de uma parceria entre a APMGF e a Tilray Medical Portugal, destina-se a médicos de família e tem como objetivo discutir o uso dos canabinoides para o tratamento da dor crónica, suas indicações e vantagens. A inscrição (aqui) é gratuita e obrigatória.

Moderada por Hugo Cordeiro, médico na Santa Casa da Misericórdia do Porto e na clínica médica Geridoc e membro do Grupo de Estudos de Dor da APMGF, a reunião vai contar com as apresentações de Artur Aguiar, médico especialista no tratamento de dor no IPO-Porto, que vai abordar a importância do sistema endocanabinoide e das potenciais aplicações terapêuticas da canábis medicinal, sobretudo para o tratamento da dor crónica, e de Raul Marques Pereira, responsável pela Consulta de Dor da USF Lethes, em Ponte de Lima, que vai falar sobre o estado da arte na utilização de canabinoides na dor e do seu uso prático em cuidados de saúde primários.

“Nos últimos anos, não têm surgido novas terapêuticas para o controlo da dor crónica e os canabinoides são uma opção que abre diferentes janelas de intervenção, podendo trazer benefícios no tratamento da dor crónica e em outras patologias, quer através do alívio da dor, quer na redução das doses dos medicamentos habitualmente utilizados. O tema dos canabinoides ainda não faz parte do currículo dos cursos de saúde, nomeadamente de Medicina e de Enfermagem. É fundamental que se organizem este tipo de eventos, como forma de passar informação e sensibilizar os profissionais de saúde para esta terapêutica”, afirma Artur Aguiar, citado em comunicado de imprensa.

“Os canabinoides são uma nova classe de fármacos que temos à disposição em Portugal e que terão que ser tidos em conta no tratamento de situações de dor com má resposta aos fármacos mais utilizados habitualmente. Este evento é importante porque pretende apresentar esta classe terapêutica aos médicos e discutir o seu uso, nomeadamente quais as indicações e os doentes que mais podem beneficiar. É fundamental que os médicos estejam familiarizados com o sistema endocanabinoide para poderem aconselhar os seus doentes com a maior evidência científica”, refere Raul Marques Pereira.

Hugo Cordeiro considera que “o uso de canabinoides pode ajudar na poupança de opioides e apresenta uma relação risco-benefício favorável, quando usados segundo as prescrições e segundo as indicações corretas”. “É uma nova porta que se abre para o uso deste tipo de substâncias e os resultados são promissores e serão, certamente, no futuro ainda mais interessantes. É um tema extremamente premente, que faz todo o sentido abordar e discutir entre profissionais. Têm surgido muitos resultados de investigação nesta área, sendo mais uma arma terapêutica para ajudar os nossos doentes no tratamento da dor crónica”, conclui.

PR/HN/Rita Antunes

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