A iniciativa, que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, prevê que estes médicos guineenses – cerca de 8% dos existentes no país, um dos países africanos com mais carências na área da saúde – recebam formação nas áreas de anestesiologia, cirurgia geral, cirurgia ginecológica e medicina interna, contando com a parceria técnica e científica da Escola de Medicina da Universidade do Minho.
Esta primeira formação no terreno, que avança ainda este mês, será assegurada por médicos portugueses provenientes de seis instituições de saúde portuguesas: Hospital de Braga; Centro Hospitalar do Médio Ave; Centro Hospitalar Tondela-Viseu; Centro Hospitalar Universitário S. João do Porto; Hospital Nossa Sra. da Oliveira, de Guimarães e Unidade Local de Saúde do Alto Minho.
A formação em contexto hospitalar tem a duração de oito meses e é intercalada com um estágio de três meses em Portugal, “promovendo a adequação do ensino à realidade vivida no dia a dia na Guiné-Bissau, sem deixar de colocar os médicos em contacto com novas técnicas e outras realidades clínicas”, segundo um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian.
“Apesar de não conferir grau nem título de especialista, este projeto reforça a capacidade local de formação contínua e reconhece a competência dos clínicos guineenses, abrindo portas a futuras formações de especialização, numa articulação com a Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau e o Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau”, prossegue a nota.
Em 2021, a componente teórica da formação decorreu online, durante quatro meses, nas áreas da língua portuguesa e informática médica.
Os médicos beneficiários desta formação são apoiados por dois projetos, o “IANDA – reforço de saúde da Guiné-Bissau”, que engloba 24 médicos das áreas de anestesiologia, cirurgia geral e cirurgia ginecológica e é financiado pela União Europeia, cofinanciado e gerido pelo Camões IP, com o cofinanciamento da Fundação Gulbenkian, responsável pela sua implementação, e o projeto de Formação Médica Avançada em Medicina Interna, que engloba seis médicos e é um projeto do Camões IP e da Fundação Calouste Gulbenkian, contando ambos com a parceria técnica e científica da Escola de Medicina da Universidade do Minho.
Em 2017, a Guiné-Bissau contava com 1,27 médicos para cada 10 mil habitantes, enquanto na região subsaariana de África a média é de 2,09 médicos para 10 mil habitantes, de acordo com dados avançados pela fundação.
LUSA/HN
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