Moderna vai construir no Quénia a sua primeira fábrica em África

7 de Março 2022

A farmacêutica norte-americana Moderna anunciou esta segunda-feira a construção da sua primeira fábrica africana de vacinas anti-covid-19, que será no Quénia, após assinar um acordo com o país para a produção de 500 milhões de doses por ano.

A empresa pretende investir 500 milhões de dólares (460 milhões de euros) nesta fábrica, que produzirá vacinas de RNA mensageiro para todo o continente africano, onde faltam ainda muitas doses para combater a Covid-19.

“O combate contra a pandemia de Covid-19 nos dois últimos anos relembrou o trabalho necessário para assegurar um acesso equilibrado à saúde. A Moderna está determinada a fazer parte da solução”, declarou em comunicado o diretor geral da empresa, Stephane Bancel.

A Moderna diz esperar que a fábrica comece no próximo ano a distribuir a sua vacina contra a Covid-19 em África, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal dos países menos protegidos contra o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19.

“O investimento da Moderna no Quénia ajudará a avançar para um acesso mundial equitativo às vacinas e é emblemático dos desenvolvimentos estruturais que permitirão à África tornar-se um motor de crescimento sustentável mundial”, disse o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, citado no comunicado.

Mais de um ano após a administração da primeira dose de vacina anti-covid-19 no mundo, apenas 12,7% dos 1,3 mil milhões de africanos estão totalmente vacinados.

A pandemia revelou a enorme dependência africana de vacinas importadas.

No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a criação de um centro de produção de vacinas na África do Sul, que terá como missão transferir tecnologias para outros países, nomeadamente o Quénia.

O diretor-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou várias vezes a um acesso equitativo às vacinas para pôr fim à pandemia e criticou os países ricos por reterem doses de vacinas anti-covid-19.

Atualmente, apenas 1% das vacinas usadas em África são produzidas no continente.

Os países africanos, juntamente com outros países em desenvolvimento, reclamam junto da Organização Mundial do Comércio o levantamento dos direitos de propriedade sobre vacinas e tratamentos contra a Covid-19, para permitir a produção de genéricos.

A Europa tem-se oposto a este pedido, afirmando que a prioridade é construir capacidade de produção nos países pobres.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.978.400 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado no sábado.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Abertas candidaturas para o Prémio Grünenthal Dor 2023

A Fundação Grünenthal premeia anualmente trabalhos de investigação clínica ou básica, a quem atribui um prémio no valor de 7500 euros. O período de apresentação de candidaturas decorrerá até 30 de maio de 2024.

ULSVDL adota solução inovadora para gestão e rastreabilidade do instrumental cirúrgico

No âmbito da candidatura ao Sistema de Apoio à Modernização Administrativa (SAMA) “DIR@2020 – Desmaterializar, Integrar e Robotizar”, a Unidade de Reprocessamento de Dispositivos Médicos (URDM) da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL) deu um passo importante para otimizar os seus processos, ao implementar uma solução de gestão e rastreabilidade do instrumental cirúrgico

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights