“Aqueles que querem, que pediram [para ir lutar] são cidadãos do Médio Oriente, sírios”, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, citado hoje pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
A Rússia tem fornecido apoio militar considerável ao regime sírio desde o outono de 2015, apoiando as suas forças tanto contra as da oposição quanto contra as dos ‘jihadistas’, o que permitiu manter o poder de Bashar al-Assad, que agora controla a maior parte da Síria.
Para o Kremlin, o envio de combatentes estrangeiros para a Ucrânia justifica-se porque, de acordo com o porta-voz, o Ocidente também facilita a ida de “mercenários” para a Ucrânia para apoiar as forças locais desde que a Rússia lançou uma vasta ofensiva militar, em 24 de fevereiro.
“Se o mundo ocidental está tão entusiasmado com a chegada de vários e variados mercenários, então, do nosso lado, também temos voluntários que querem participar”, avisou Peskov, explicitando que não se trata de enviar combatentes voluntários russos.
Esta manhã, o Presidente Putin ordenou que seja facilitado o envio de combatentes “voluntários” para a Ucrânia, como resposta ao que disse ser a colocação pelo Ocidente de “mercenários” naquele país.
“Quando se percebe que as pessoas querem ir para lá voluntariamente, não por dinheiro, e ajudar aqueles que vivem em Donbass [leste da Ucrânia], tem de se ir ao seu encontro e ajudá-los a chegar à zona de combate”, disse Vladimir Putin, em resposta a uma proposta do seu ministro da Defesa.
Segundo o Presidente, a situação torna-se perfeitamente justificada quando “os padrinhos ocidentais do regime ucraniano nem disfarçam” e reúnem abertamente “mercenários de todo o mundo para os enviar para a Ucrânia”.
A Ucrânia anunciou a criação de uma legião de estrangeiros voluntários integrados nas suas forças armadas para combater as forças russas no seu território.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
LUSA/HN
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