No final de uma reunião de balanço e avaliação da primeira semana de funcionamento do centro, Carlos Moedas salientou este domingo que esta infraestrutura serve apenas de acolhimento temporário para os refugiados ucranianos que chegam a Lisboa, muitos dos quais já trazem referências de pessoas que conhecem em Portugal e seguem para outras zonas do país.
Por esse motivo , o espaço tem apenas 130 refugiados ao seu cuidado, destacou, salientando que “o fluxo de refugiados está a aumentar” e ainda esta semana estão previstas várias chegadas.
Carlos Moedas realçou ainda a “grande onda de solidariedade” que levou a que a autarquia já tenha recebido cerca de três mil contactos de pessoas que podem ajudar e de pessoas que precisam de ajuda, estando a pôr umas e outras em contacto.
Esta solução de acompanhamento é o primeiro passo para quem chega, seguindo-se um programa de integração a longo prazo, da responsabilidade da vereadora Laurinda Alves, e que envolve soluções de emprego, de habitação, de prestação de cuidados de saúde e, para as crianças, de educação.
Os refugiados recebidos no centro são “na maioria mulheres e crianças”, tendo recebido até agora apenas um homem.
Carlos Moedas destacou que são pessoas “que, por um lado, estão muito cansadas emocionalmente”, numa “posição de fragilidade e em choque” por terem deixado “o seu país muitas vezes sem nada”, mas também com “um sentimento de alívio por estarem fora de uma situação de guerra”, seguindo-se “um trabalho de apoio psicossocial muito importante” a fazer pela equipa multidisciplinar que os recebe.
O Centro de Acolhimento Temporário para refugiados ucranianos está instalado num pavilhão desportivo da Polícia Municipal de Lisboa, na freguesia de Campolide, e tem 100 camas preparadas pela Cruz Vermelha Portuguesa.
No centro de acolhimento de emergência são ainda disponibilizados cuidados de saúde, desde medicamentos a consultas médicas, apoio na formalização dos pedidos de proteção internacional, inclusive acesso imediato ao número de Segurança Social e ao Número de Identificação Fiscal (NIF), e é assegurada alimentação e apoio psicossocial.
Para todos os ucranianos que precisam de ajuda e para todos os que querem ajudar, o município disponibilizou a linha telefónica 800 910 111 e o endereço de email sosucrania@cm-lisboa.pt, estando a decorrer no edifício dos Paços do Concelho a recolha de bens essenciais, num esforço conjunto da Câmara de Lisboa e das 24 juntas de freguesia da cidade.
Por unanimidade, a Câmara de Lisboa aprovou na passada quarta-feira, em reunião privada, a criação do programa municipal de emergência “VSI TUT – TODOS AQUI”, para integração de refugiados do conflito militar na Ucrânia, através de soluções de habitação, trabalho, educação, saúde, mobilidade e cultura.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
LUSA/HN
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