“Em 2020, tivemos uma quebra na ordem dos 70%, em relação a 2019, e, em 2021, continuámos com uma quebra de cerca de 50%, em relação a 2019, e a ideia é voltar um pouco aos valores de 2019, quer de utentes, quer de faturação”, afirmou Victor Leal.
Lançada pela Associação Termas de Portugal, a campanha propõe “escapadinhas” às várias estâncias termais do país, no sentido de “reabituar o consumo termal” e provocar o crescimento do setor, explicou, em declarações à agência Lusa, aquele responsável.
Em 2019, a faturação na área do termalismo clássico rondou os 11,5 milhões de euros e, dentro do chamado termalismo de bem-estar e lazer, a faturação foi na ordem dos 2,2 milhões euros, referiu.
“Ao longo dos últimos anos estivemos com dificuldades, há um ano, inclusive, estávamos fechados em casa, e agora queremos provocar um regresso às termas, procurar que as pessoas venham descobrir estas zonas termais com um conjunto de propostas mais de escapadinhas, de dois três dias”, sublinhou.
Com esta experiência, defendeu, as termas estão, “acima de tudo, a dar a conhecer o produto com uma perspetiva muito territorial, não só os balneários termais, mas tudo aquilo que os circunda como a natureza, os percursos, a gastronomia e a história que existe à volta” das estâncias.
“Cada vez mais sentimos, mesmo no início da pós-pandemia, muita gente do litoral e das cidades a procurar o interior, zonas menos congestionadas, com menos carga, e onde a maior parte das termas se localizam e, portanto, é uma oferta diferenciada”, justificou Victor Leal.
Apesar de haver um “conjunto de termas abertas todo o ano”, é agora a partir de “março, abril, quando começa o tempo a ficar mais quente, pelas férias da Páscoa, que as pessoas mais procuram” as termas e daí ser lançada esta campanha.
“É muito a nossa aposta, atrair pessoas, casais jovens, em família, com miúdos, dois três dias, nesta perspetiva de descobrir o interior, descobrir as zonas termais e procurar uma experiência termal”, defendeu.
Isto, acrescentou, com o intuito de, “no futuro, poder vir a desenvolver-se para um tratamento termal mais terapêutico, para 12 ou 14 dias, mas para uma primeira experiência, há estas escapadinhas de dois três dias”.
Victor Leal reconheceu que, depois de dois anos de pandemia de covid-19, “há uma nova situação, esta guerra” na Europa que, no seu entender, poderá afetar, porque “ninguém sabe o que reserva os próximos tempos”, mas apesar da apreensão mostrou-se otimista.
“É sempre um fator novo, vamos ver como é que se vai encontrar uma solução para esta crise, desde logo a energética e, como sabemos, a maior parte das termas encontram-se no interior e as pessoas têm de se deslocar do litoral para esses locais e a questão energética pesa na deslocação, como é lógico, mas estamos crentes que rapidamente se solucione o problema”, disse.
De norte a sul do continente português, são 24 as estâncias termais que se associaram a esta campanha – denominada #desligue – da Associação Termas de Portugal, que envolve um investimento superior a 200 mil euros, com o financiamento do Turismo de Portugal e dos concessionários das Termas de Portugal.
A campanha assenta num passatempo que oferece 200 escapadinhas de duas noites para duas pessoas e aposta num filme publicitário protagonizado pela Marisa Liz.
LUSA/HN
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