“O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica que Portugal dispõe é a pedra basilar e o ponto de partida para a deteção precoce, controlo, resposta e recuperação de certas ameaças. Necessitamos de continuar a promover um sistema de vigilância robusto de forma a identificar problemas e a cooperar na definição de estratégias e políticas públicas”, referiu António Lacerda Sales, quando intervinha na VI reunião de Ministros da Saúde da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza na capital angolana.
Para o governante português, na comunidade lusófona, a partilha de boas práticas e a cooperação estreita e facilitada mostra-se importante no controlo de ameaças, epidemias e desastres, “revelando-se a iniciativa apresentada por Portugal de fortalecimento de capacidades em vigilância e resposta a emergências em saúde pública um instrumento fundamental na identificação e capacitação de recursos humanos especializados na gestão de crises de saúde pública”.
Sobre a Covid-19, António Lacerda Sales disse que continua a ser uma emergência de saúde pública internacional, que continuará a exigir uma resposta coordenada a nível global, destacando que o bom resultado obtido no combate à pandemia “só foi possível graças a alavancagem da vacinação”.
“O sucesso deste plano [vacinação] está refletido no ponto de situação atual: Portugal orgulha-se de ter alcançado uma cobertura vacinal de 91% da população residente no nosso país. Neste esforço nacional foram incluídos também as populações migrantes, dado que a campanha de vacinação contra a Covid-19 assenta em princípios de universalidade, equidade e gratuitidade. Estamos inclusivamente a vacinar cidadãos ucranianos que pedem proteção temporária ao nosso país, porque quando cuidamos dos outros, cuidamos de nós todos”, sublinhou.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde enfatizou o papel importante da comunicação em larga escala para, “de forma transparente, explicar à população as decisões em vacinação e promover a confiança e a adesão à vacinação”.
“Tivemos de dar resposta à pandemia da desinformação, das notícias falsas, e dos que tentaram juntar mais medo ao que desconhecido”, frisou.
Lacerda Sales disse ainda que Portugal sempre defendeu o reforço dos mecanismos de solidariedade internacional, tanto no contexto da União Europeia, como da Organização Mundial de Saúde, em particular o acesso a vacinas em África, onde os níveis de vacinação são mais baixos, através do mecanismo de partilha de vacinas, para além do mecanismo Covax.
“Partilhámos três milhões de doses, principalmente com os nossos parceiros africanos e uma linha de cofinanciamento de projetos de organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD), para o fornecimento de equipamento de proteção individual e outros materiais, incluindo testes e implementação de PCR”, indicou.
Sobre uma forte aposta na formação dos profissionais de saúde, António Lacerda Sales vincou que é igualmente fundamental a integração, a retenção e a motivação das equipas.
“Sem médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais não há prestação de cuidados”, afirmou.
A CPLP tem como Estados-membros Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial.
Da agenda de trabalhos da reunião dos governantes consta a apresentação do programa de atividades da presidência ‘pro-tempore’ na temática saúde, do grau de execução do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS-CPLP) 2018-2021, a revisão do PECS-CPLP para o período 2022-2026 e a Declaração Final de Luanda.
LUSA/HN
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