Em entrevista à agência de notícias Efe, por ocasião do Dia Nacional do Transplante, que se assinala em Espanha na quarta-feira, a diretora-geral da ONT, Beatriz Domínguez-Gil, refere que a recuperação das doações de órgãos após a pandemia traduz-se num crescimento de 11% este ano em relação ao mesmo período de 2021, esperando-se um “impacto semelhante nos transplantes”.
Beatriz Domínguez-Gil não antecipa que 2022 iguale ou supere os 48,9 milhões de doadores por milhão de habitantes, valores correspondentes a 2019, esperando para ver como o vírus se comporta nos próximos meses, dado que “sempre que há um novo surto, as unidades de cuidados intensivos sofrem”.
A ONT garante que o conhecimento do vírus e o facto de as pessoas que estão a aguardar por um transplante estarem vacinadas determinou que os protocolos de avaliação e seleção de doadores fossem modificados, permitindo assim recorrer a órgãos de pessoas infetadas que morrem.
A responsável da ONT explica que existem duas categorias de doações, os diagnosticados previamente com a Covid-19 e aqueles que foram diagnosticados no momento da doação.
No que diz respeito aos doadores identificados com Covid-19 no momento da doação, a organização vai publicar brevemente novas recomendações pois são doadores positivos, mas assintomáticos ou com sintomas ligeiros e que morrem por diferentes motivos.
A diretora da ONT confirma que nesses casos a transmissão é “altamente improvável” e que a relação risco-benefício indica que o “benefício é máximo, porque a oportunidade de transplante não se perde, e o risco é mínimo”.
“A alternativa de não transplantar pode ser a morte do paciente na lista de espera” ou o agravamento do seu estado de saúde, acrescenta.
Para além disso, o acompanhamento dos 40 recetores até o momento não relatou problemas que possam ser atribuídos às características do doador.
LUSA/HN
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