Os elementos da Cruz Vermelha que tinham sido detidos em Manqush, 20 quilómetros a oeste de Mariupol, “estão agora concentrados em continuar as operações de retirada humanitária”, indica a mesma nota.
De acordo com a Cruz Vermelha, este incidente com as autoridades ucranianas demonstra a “volatilidade e a complexidade” da operação de auxílio.
A retirada de milhares de civis da cidade assediada pelas forças russas no Mar Negro é uma das principais preocupações das organizações de apoio às vítimas da guerra.
O Governo da Ucrânia planeou para hoje a abertura de sete corredores humanitários para retirar cidadãos das áreas mais afetadas pelo cerco e bombardeamentos russos.
De acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, na rede social Telegram, o corredor humanitário mais importante situa-se entre Zaporijia e a cidade de Mariupol, cercada por tropas russas desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, e que não dispõe de serviços básicos.
A cidade industrial e portuária, à beira do Mar de Azov, já teve quase meio milhão de habitantes.
Atualmente, as autoridades ucranianas garantem que cerca de 160.000 permanecem na cidade onde cerca de 80% dos edifícios foram destruídos ou ficaram seriamente danificados pelos bombardeamentos das forças russas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
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