Vila Nova de Poiares rejeita transferência de competências na área da saúde

5 de Abril 2022

O executivo municipal de Vila Nova de Poiares deliberou, por unanimidade, rejeitar a transferência de competências na área da saúde, nos termos propostos pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), afirmou esta terça-feira a Câmara.

“Em termos gerais, o executivo considera que no auto de transferência não estão garantidos os recursos financeiros, humanos e patrimoniais adequados às necessidades permanentes dos munícipes nesta matéria”, argumentou aquele município do interior do distrito de Coimbra.

Segundo a Câmara de Vila Nova de Poiares, “os valores constantes na proposta da ARSC estão desatualizados e não têm em conta, nem o impacto resultante da pandemia covid-19, nem o impacto da guerra na Ucrânia, cujas consequências económicas, financeiras e sociais se têm vindo a agravar e que ainda se encontram por avaliar”.

Numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa, o município salienta que é “fundamental e premente a necessidade de atualização, tanto dos serviços, como dos valores a transferir, independentemente da atualização anual com base na taxa de inflação e das variações previstas para as remunerações dos trabalhadores em funções públicas, que já se encontrava prevista”.

“Além dos valores das despesas mensais (de eletricidade, água, gás e outras), o município entende que os valores relativos à gestão, manutenção e conservação do imóvel são notoriamente insuficientes, devido à antiguidade do edifício e equipamentos”, justificou.

A autarquia chama ainda a atenção para o facto de a intervenção que está em curso no edifício do Centro de Saúde de Vila Nova de Poiares implicou “reduzir substancialmente o projeto inicial, a fim de se poder enquadrar no investimento elegível por parte da tutela, estando ainda bastante longe do investimento necessário para dotar aquele equipamento das condições necessárias e exigíveis para o bom funcionamento da estrutura”.

“Apesar de ser favorável ao conceito de descentralização de competências, o município entende que, para este efeito, a tutela deveria entregar aos municípios a capacidade de decisão e os meios para intervirem diretamente no território, pelo que urge que os valores sejam atualizados e correspondam efetivamente às necessidades neste domínio”, concluiu.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Enfermeiros açorianos: dívida histórica resolvida

Foi assinado hoje, em Angra do Heroísmo, um acordo histórico que assegura o pagamento de retroativos e reposicionamentos remuneratórios aos Enfermeiros da Região Autónoma dos Açores, encerrando uma dívida de 14 anos. A Ordem dos Enfermeiros desempenhou papel decisivo neste processo.

FNAM: Modelo C não é uma Unidade de Saúde Familiar

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) divulgou um comunicado em que expressa a sua oposição ao modelo C das Unidades de Saúde Familiar (USF), considerando-o uma ameaça à qualidade dos cuidados de saúde em Portugal. 

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights