Segundo os sindicatos, a administração da instituição decidiu denunciar o Acordo de Empresa em vigor, o que tem vindo a ser contestado pelos trabalhadores, que em dezembro realizaram uma greve.
Ontem, um grupo de 15 trabalhadores reuniu-se à porta da instituição para acordar novas formas de luta, nomeadamente uma concentração em frente ao Ministério do Trabalho, para exigir uma posição por parte da ministra, Ana Mendes Godinho.
“A administração decidiu denunciar em outubro o Acordo de Empresa e começar a cortar nas chamadas horas penosas (noites e fins de semana)”, disse à agência Lusa Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, segundo o qual a medida representa, em média, cortes de 20%, 25% ou 30% no vencimento auferido pelos trabalhadores.
Para o dia 27 de abril, ficou agendado um novo plenário, no qual se espera uma maior participação de trabalhadores, por forma a aprovar um documento reivindicativo a entregar à ministra.
Em dezembro, os trabalhadores estiveram em greve para contestar a decisão do conselho de administração, nomeado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que considerou que o AE estava caducado.
Na terça-feira, à porta do hospital, discutiu-se também a participação na manifestação do 1º de maio, Dia do Trabalhador, para dar visibilidade a esta questão. Os trabalhadores decidiram ainda “pedir solidariedade” a outros sindicatos para dar corpo à concentração em frente ao Ministério do Trabalho. Caso não obtenham resposta, equacionam o recurso aos tribunais.
O Hospital da Cruz Vermelha anunciou em dezembro que denunciou o Acordo de Empresa em 2016, sem que até à data tivesse conseguido chegar a acordo com os trabalhadores, mas disse que a caducidade do documento não implica perda de direitos.
Em comunicado divulgado durante a greve, a 14 de dezembro, o conselho de administração defendeu que se mantêm “os direitos mais impactantes para os trabalhadores, de natureza retributiva”.
Os trabalhadores acusam a administração de pretender “caducar o Acordo de Empresa”, apesar de a lei “não o permitir”.
LUSA/HN
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