“Nada é impossível para Deus, inclusive pôr fim a uma guerra cujo fim não está à vista”, disse o Papa no final da missa do Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa.
Citado pela agência EFE, Francisco apelou para que se deponham as armas e se alcance “uma trégua de Páscoa”, não para se rearmar, mas para “alcançar a paz por meio de uma verdadeira negociação, também disposta a fazer algum sacrifício pelo bem do povo”.
“Que vitória seria plantar uma bandeira num monte de ruínas?”, perguntou o Papa após a missa, celebrada na Praça de São Pedro perante milhares de fiéis, algo que não acontecia desde o início da pandemia.
Durante a missa, Francisco não aludiu explicitamente à Ucrânia, como vem fazendo desde o início da invasão russa, mas voltou a mostrar preocupação com um mundo “ferido” por conflitos como o que se vive naquele país.
O Papa recordou o martírio de Jesus para condenar a violência no mundo onde se cometem “crueldades absurdas”.
“Na loucura da guerra”, Cristo “é pregado na cruz mais uma vez nas mães que choram a morte injusta de maridos e filhos”, disse.
“É crucificado nos refugiados que fogem das bombas com crianças nos braços. É crucificado nos idosos abandonados à morte, nos jovens privados de futuro, nos soldados enviados para matar seus irmãos”, acrescentou Francisco.
O Papa Francisco ofereceu a mediação da Santa Sé para o conflito e já enviou ajuda à Ucrânia, para onde o cardeal polaco Konrad Krajewski está hoje a viajar.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,4 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
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