No último dia das Jornadas Nacionais Patient Care, a doença pulmonar obstrutiva crónica foi um dos temas em destaque. A patologia foi abordada pela especialista Paula Pinto do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.
Sob o mote “A DPOC revistada”, a pneumologista debruçou-se sobre as mais recentes recomendações da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) para a abordagem da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica.
Paula Pinto começou a intervenção por admitir que a evolução da medicina personalizada “tem sido muito lenta, mas que nos últimos anos tem sido bem mais rápida”. A especialista recordou ainda que, há uns anos o tratamento da DPOC era focado no FEV1, sendo que hoje em dia o tratamento é mais personalizado e focado nos sintomas e nas exacerbações.
As mais recentes orientações do GOLD reforçam que “todos os doentes são diferentes”, apresentado novas definições para a doença: DPOC precoce, DPOC ligeira, DPOC em jovens e a Pré DPOC.
Segundo a pneumologista, as recomendações de novembro do GOLD chamam a atenção para os fatores genéticos, dando o exemplo das mães com hábitos tabágicos, acrescentando que “Os doentes com Displasia broncopulmonar podem ter trajetórias perigosas e desenvolver DPOC futuramente.”
Neste sentido, a especialista relembrou de que a DPOC “é uma doença sistémica que afeta vários órgãos e provocar outras doenças”, nomeadamente osteoporose, diabetes, cancro do pulmão, entre outras.
O tratamento de sintomas e exacerbações foi apontado pela pneumologista como um das principais prioridades, pois “mais de metade dos doentes com exacerbação que requer hospitalização morre em cinco anos”.
Neste sentido, a médica sublinhou a importância de iniciar da terapêutica após o diagnóstico, considerando, ainda, que esta “deve ser individualizada de acordo com as caraterísticas do doente”. Segundo Paula Pinto, a broncodilatação de longa ação é a base do tratamento. “Os ICS têm indicação nos doentes com exacerbadores frequentes com eosinofilia não controlados com LAMA/LABA e no ACO”, explica.
“A existência de vários dispositivos inalatórios contribui para a personalização do tratamento”, conclui.
Sobre o tratamento não farmacológico da DPOC, Paula Pinto destaca a importância da: cessação tabágica, da atividade física e da vacina (antigripal, antipneumocócica, contra a pertussis e contra o Zoster).
No final da intervenção, a especialista em Pneumologia afirmou que é preciso “parar de ir atrás do prejuízo e estar atentos para a prevenção, diagnóstico e tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica”.
HN/Vaishaly Camões
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