O apelo das quatro organizações acontece dias antes da reunião da primavera do Fundo e do Banco Mundial, na próxima semana.
Os líderes das quatro instituições multilaterais emitiram esta quarta-feira uma declaração conjunta em que alertam para as consequências do aumento dos preços dos alimentos causado pela guerra na Ucrânia, que atingiu as produções de trigo e outros grãos de dois dos maiores exportadores cerealíferos mundiais.
“A ameaça é maior para os países mais pobres, que consomem alimentos importados, mas as nações de rendimento médio, onde se concentra a maioria dos pobres do mundo, estão também a sentir o aumento da sua vulnerabilidade”, advertiram as instituições.
O BM estima que cada 1% de aumento nos preços dos alimentos empurrará dez milhões de pessoas para a pobreza extrema.
As organizações exortaram, por isso, a comunidade internacional a coordenar a prestação de assistência alimentar e financeira aos países mais vulneráveis.
As quatro instituições instaram ainda todos os países a manterem as fronteiras abertas ao comércio e a não imporem restrições à exportação de certos alimentos ou pesticidas, o que vários países têm feito desde que a guerra na Ucrânia começou.
A Rússia e a Ucrânia são responsáveis por mais de metade do fornecimento mundial de óleo de girassol e 30% do trigo.
De acordo com a ONU, só a Ucrânia produz mais de metade do trigo utilizado pelo Programa Alimentar Mundial, a agência das Nações Unidas que apoia países de todo o mundo no combate à fome.
Além disso, 45 países em África e noutras regiões importam, pelo menos, um terço do trigo que consomem da Ucrânia ou Rússia e 18 outros compram, pelo menos, metade, nomeadamente o Egito, República Democrática do Congo, Líbano, Síria, Somália, Sudão e Iémen.
O custo dos alimentos tinha já aumentado durante a pandemia, mas a guerra na Ucrânia agravou a situação.
Em março, os preços mundiais dos alimentos atingiram o seu nível mais alto desde 1990, informou na semana passada a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
LUSA/HN
0 Comments