Em comunicado, nove ONG condenaram “as práticas das partes envolvidas na ocultação da verdade e do motivo da detenção” de Ayman Hadhoud, especialmente “à luz dos inúmeros indícios que levantam suspeitas de crime por trás da sua morte”.
A procuradoria do Egito negou a existência de qualquer suspeita criminal na morte do investigador, destacando que “examinou o seu corpo e constatou que estava livre de lesões”, além de que a cause de morte foi uma “quebra de tensão arterial”.
O economista sofreria de “perturbações mentais, tonturas, desequilíbrio e febre elevada, suspeitando-se que estaria infetado com Covid-19”, tendo morrido durante a sua transferência para um hospital onde deveria ser tratado, segundo um comunicado da procuradoria.
As ONG, no entanto, destacam que “o facto de Ayman Hadhoud sofrer ou não de perturbações psicológicas não explica nenhuma das agressões que sofreu e que resultaram na sua morte”.
A declaração conjunta das nove ONG sobre a morte de Hadhoud, que voltou a gerar polémica sobre as medidas de detenção e atuação policial no Egito, foi feita no final de uma visita àquele país por parte do representante especial da União Europeia para os Direitos Humanos, Eamon Gilmore.
Várias ONG denunciam, há vários anos, o desaparecimento forçado de centenas de ativistas e opositores do regime egípcio desde que o presidente Abdelfatah al Sisi tomou o poder, através de um golpe de Estado, em 2013.
LUSA/HN
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