CESPU realiza conferência sobre morte medicamente assistida e cuidados paliativos

CESPU realiza conferência sobre morte medicamente assistida e cuidados paliativos

O fim da vida será o foco destas XXIII Jornadas Científicas de Psicologia do Instituto Universitário de Ciências da Saúde da CESPU. Num evento organizado em conjunto com a Associação de Estudantes desta instituição, será debatido o papel dos especialistas em saúde mental na morte medicamente assistida e nos cuidados paliativos.

Na conferência inaugural, pelas 10h, o psicólogo clínico Miguel Ricou abordará o envolvimento da psicologia na tomada de decisão da morte antecipada.

Este encontro científico contará com palestras das psicólogas Corinne Hafner Wilson e Marie-Frédérique Bacqué, que apresentam a situação na Europa, e um debate multidisciplinar, com a presença de profissionais de saúde, da área da comunicação e de um padre, sobre os desafios que estas questões colocam.

Programa

PR/HN/RA

Cabo Verde muda administração do segundo maior hospital após mortes de bebés

Cabo Verde muda administração do segundo maior hospital após mortes de bebés

“Visando criar condições para o bom funcionamento daquele hospital e havendo necessidade de imprimir novas orientações à gestão do serviço, e de modificar as políticas a prosseguir por estes, de forma a torná-las mais eficazes, faz-se necessário proceder a cessação da comissão de serviço dos atuais membros do conselho de administração do hospital, e em sequência nomear os novos membros”, lê-se num despacho assinado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, de 26 de maio e consultado hoje pela Lusa.

A decisão implica a cessação da comissão de serviço de Ana Margarida Além Brito Dias como diretora daquele hospital central e presidente do conselho de administração, de Laurinda do Rosário Brito, enquanto vogal executiva, e de Paulo Jorge de Pina Almeida, vogal e diretor clínico.

No mesmo despacho, que entra em vigor em 30 de maio, é nomeada Helena Rebelo Rodrigues como diretora e presidente do conselho de administração, Nair Chantre Silva Santos Lucas, vogal e diretora clínica, Vera Lucia Lopes Monteiro, como vogal e enfermeira superintendente, Aristides Manuel Ramos, vogal executivo e administrador, e Paulo Jorge Semedo Miranda Freire, vogal não executivo.

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, pediu em 19 de maio uma “auditoria independente” ao HBS, no Mindelo, São Vicente, recordando a morte de sete recém-nascidos nas últimas semanas.

“Tratando-se de uma situação anormal e, considerando as sistemáticas queixas dos utentes do HBS, penso ser recomendável a realização de uma auditoria independente para uma avaliação organizacional exaustiva e apresentação de recomendações pertinentes”, afirmou o chefe de Estado.

“Tenho seguido com preocupação as notícias da morte, nestes dias de maio, de sete crianças recém-nascidas no HBS. Sei que o Ministério da Saúde e o próprio Hospital estão a fazer as averiguações para identificar as causas destas mortes e tomar medidas cabíveis. E isto é essencial para pôr cobro às inquietações dos cidadãos”, acrescentou.

O Ministério da Saúde de Cabo Verde anunciou no dia 16 de maio a realização de um inquérito à morte, até então, de cinco bebés recém-nascidos, este mês, no HBS.

A investigação, acrescentou, pretende apurar factos como os cuidados médicos, de enfermagem e de atendimento prestados às mães e aos bebés recém-nascidos, bem como as boas práticas de segurança e qualidade da prestação dos cuidados aos pacientes.

Também pretende apurar as causas que estão na origem das mortes dos bebés e os procedimentos técnicos e administrativos adotados na emissão dos atestados de óbito e ainda na comunicação com os pais e familiares.

Para essa investigação, o Ministério da Saúde informou ainda que nomeou uma equipa de especialistas nas áreas de gineco-obstetrícia, neonatologia e enfermagem, composta por profissionais do Hospital Central da Praia e da Direção Nacional da Saúde, que deve apresentar um relatório, até final deste mês.

Em fevereiro, a diretora do Serviço de Neonatologia do Hospital Baptista de Sousa (HBS), Cátia Costa, confirmou a morte de outros cinco bebés recém-nascidos no mês anterior, esclarecendo que as causas foram prematuridade e malformações congénitas.

De acordo com o relatório de Estatísticas Vitais de 2021 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a taxa de mortalidade infantil, que contabiliza o número de óbitos de menores de um ano por cada 1.000 nascidos vivos, foi 10,5 em 2021 face aos 11,3 de 2020.

NR/HN/Lusa

Eutanásia: Ministro escusou comentar falta de elemento da Ordem dos Médicos

Eutanásia: Ministro escusou comentar falta de elemento da Ordem dos Médicos

“A lei terá sido promulgada pelo senhor presidente da República por estes dias, tanto quanto sei, nem publicada está no Diário da República [a lei foi publicada hoje em Diário da República], vamos tratar de um assunto que é delicado, que divide algumas opiniões na sociedade portuguesa, mas que é um assunto que teremos de tratar”, disse Manuel Pizarro.

No entender do ministro, “são mudanças na sociedade portuguesa que têm de ser introduzidas de forma paulatina para se tornarem normais para a vida das pessoas, respeitando as diferentes posições de cada um”.

“Estou confiante que o diálogo resolverá este assunto”, acrescentou.

O ministro falava aos jornalistas à margem de uma sessão sobre “Saúde, Qualidade de Vida, Envelhecimento e Políticas Públicas”, Conversas no Bonfim “Saúde e Qualidade de Vida 55+”, na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto.

A lei que despenaliza a morte medicamente assistida, conhecida como lei da eutanásia, foi publicada na quinta-feira em Diário da República, entrando em vigor 30 dias depois da regulamentação, que deverá ser aprovada pelo Governo num prazo de cerca de três meses.

A regulamentação da lei deverá estabelecer, entre outros pontos, o modelo de registo clínico dos pedidos de morte medicamente assistida e o modelo de relatório médico final.

De acordo com a lei, nos dois primeiros anos de vigência, a Comissão de Verificação e Avaliação dos Procedimentos Clínicos de Morte Medicamente Assistida (CVA) terá de apresentar um relatório de avaliação à Assembleia da República a cada semestre.

Este relatório deverá conter informação estatística detalhada sobre todos os elementos relevantes dos processos de morte medicamente assistida e eventuais recomendações.

A entidade, responsável por confirmar o cumprimento de todos os passos legais de cada processo de eutanásia e dar a autorização final para a sua concretização, está ainda envolta em dúvidas, porque o bastonário da Ordem dos Médicos já assegurou que não irá nomear nenhum profissional para representar os médicos.

NR/HN/Lusa

Ministério Público abre inquérito para apurar circunstâncias de morte de doente em Évora

Ministério Público abre inquérito para apurar circunstâncias de morte de doente em Évora

Questionada pela agência Lusa, a PGR confirmou “a instauração de inquérito com vista a apurar as circunstâncias que rodearam a morte” da mulher.

O inquérito “teve origem em queixa e encontra-se em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da comarca de Évora”, acrescentou.

A doente com cancro no esófago, de 45 anos, morreu no dia 31 de outubro de 2022, no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).

Segundo a advogada Carla Cardoso Cabanas, a família apresentou no DIAP de Évora uma queixa-crime contra quatro médicas do hospital de Évora por negligência e enviou cópias para entidades do setor da saúde, entre as quais a Ordem dos Médicos (OM).

Contactada pela Lusa, fonte da OM limitou-se a confirmar que o Conselho Disciplinar Regional do Sul da Ordem dos Médicos iniciou um “processo de averiguação” sobre o caso, na sequência de uma queixa apresentada pela família.

Além da OM, adiantou a causídica, as cópias da queixa-crime foram também enviadas para a administração do HESE, Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Também a unidade hospitalar, de acordo com uma fonte do Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE, iniciou um processo de inquérito interno, que se encontra ainda a decorrer.

A mesma fonte assinalou igualmente que o hospital de Évora teve conhecimento do processo de averiguação sumária da OM pela própria Ordem no dia 19 de abril.

“Tendo em conta que estão a decorrer ainda todos os processos, aguardamos as conclusões, sendo prematuro avançar qualquer outra informação”, acrescentou.

A advogada da família sustentou que, entre outras queixas, foi demorada a análise ao resultado de uma tomografia por emissão de positrões (PET) feita pela doente e que uma gastrostomia endoscópica percutânea correu mal.

A doente “apenas conseguiu iniciar a quimioterapia no final de agosto” de 2022, cerca de três meses após o diagnóstico, acrescentou.

LUSA/HN

Ordem dos Médicos inicia averiguações sobre morte de doente oncológica em Évora

Ordem dos Médicos inicia averiguações sobre morte de doente oncológica em Évora

A queixa-crime deu entrada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora e várias cópias seguiram para entidades do setor da saúde, entre as quais a OM, indicou hoje à agência Lusa a advogada da família, Carla Cardoso Cabanas.

Contactada pela Lusa, fonte da OM limitou-se a confirmar que o Conselho Disciplinar Regional do Sul da Ordem dos Médicos iniciou um “processo de averiguação” sobre o caso, na sequência de uma queixa apresentada pela família.

Segundo a advogada Carla Cardoso Cabanas, a OM já notificou a família de que foi instaurado um processo de averiguação.

Além da OM, adiantou, as cópias da queixa-crime foram também enviadas para a administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Questionada pela Lusa, fonte do Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE revelou que a unidade hospitalar, face a uma reclamação apresentada pelo filho da doente, também iniciou um processo de inquérito interno, que se encontra ainda a decorrer.

A mesma fonte assinalou igualmente que o hospital de Évora teve conhecimento do processo de averiguação sumária da OM pela própria Ordem no dia 19 de abril.

“Tendo em conta que estão a decorrer ainda todos os processos, aguardamos as conclusões, sendo prematuro avançar qualquer outra informação”, acrescentou.

A doente com cancro no esófago, de 45 anos, morreu no dia 31 de outubro de 2022, no HESE.

Nas declarações à Lusa, a advogada Carla Cardoso Cabanas disse que a queixa no DIAP de Évora corre contra quatro médicas que assistiram a doente no hospital alentejano por negligência médica.

“Quando foi feito o diagnóstico, percebeu-se que o tumor já estava num estado avançado e foi pedido um exame muito específico, uma PET” (tomografia por emissão de positrões), e, entre a chegada do resultado deste exames e a sua análise, passaram-se “cerca de três semanas”, salientou.

Esta demora, na opinião da advogada, terá acontecido por a médica oncologista se ter ausentado do hospital e por “nem ela nem ninguém” na unidade hospitalar ter analisado o resultado da PET.

“Posteriormente, é sugerida uma intervenção para permitir que a doente se alimente, mantendo, assim, as suas defesas, mas a médica disse que achava que não era necessário e só pediu este procedimento mais de um mês depois”, referiu.

Assinalando que a doente “esteve cerca de dois meses sem se conseguir alimentar”, Carla Cardoso Cabanas realçou que, quando os médicos criaram “um acesso direto ao estômago”, a intervenção “correu mal” e a mulher teve de ser operada três vezes.

Estas três cirurgias, sublinhou, “não teriam sido necessárias caso tivesse sido colocada a PEG [gastrostomia endoscópica percutânea] no momento em que veio o resultado da PET”.

A doente “apenas conseguiu iniciar a quimioterapia no final de agosto” de 2022, cerca de três meses após o diagnóstico, acrescentou.

LUSA/HN