É aqui que surge o conceito “One Health”, uma abordagem que integra a saúde humana, animal e ambiental, essencial para ajudar na prevenção deste tipo de doenças, através de planos de vacinação e desparasitação, rastreios, acompanhamento e tratamento contínuo. O envolvimento dos médicos de saúde humana e animal é um dos pontos-chave deste conceito, pelo que, no Dia Mundial da Vacinação Animal, a APIFVET alerta para a necessidade destes profissionais fomentarem o conhecimento acerca das formas de prevenção das zoonoses, para melhorar a qualidade de vida das famílias que têm animais de companhia.
Todos os animais, quer sejam de companhia ou de produção, devem seguir planos de vacinação adequados e prescritos pelos médicos veterinários. A vacinação animal impede o surgimento e o desenvolvimento de zoonoses, como a raiva, assegurando a saúde e o bem-estar animal, mas também dos humanos. Além disso, a vacinação representa ainda um contributo na luta para a diminuição da resistência aos antibióticos, ao prevenir as doenças e, consequentemente, reduzir o uso dos mesmos no seu tratamento.
Contudo, “a maioria da população portuguesa não tem conhecimento acerca das zoonoses e do seu impacto”, afirma Mário Hilário, Presidente da APIFVET. A falta de informação limita a tomada de consciência para este problema, mas “a intervenção multidisciplinar, o contributo sinérgico dos profissionais de saúde humana e veterinária e o seu papel pedagógico são essenciais para as pessoas perceberem que ao proteger os seus animais, através da vacinação, também estão a cuidar da sua própria saúde”, acrescenta. Por isso, é necessário incentivar a partilha de dados e canais de comunicação eficazes entre setores.
O conceito “One Health” é relativamente recente em Portugal, o que leva à existência de muitas lacunas no âmbito da informação sobre o mesmo. “Acreditamos que as Ordens Profissionais podem ter um papel relevante nesta partilha de informação e a APIFVET estará sempre disponível para responder ao desafio em conjunto”, reforça Mário Hilário. Considerando que a credibilidade dos Médicos Veterinários, Médicos, Farmacêuticos e Enfermeiros deve ser utilizada para partilhar informações relevantes e estimular formação de qualidade, com linguagem simples e acessível para o cidadão comum, “é importante identificar pontos em comum, planificar e estabelecer estratégias, utilizando todos os meios disponíveis, para uma melhor qualidade de vida de todos”, conclui.
PR/HN
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