Cascais acolhe mais 150 refugiados ucranianos

26 de Abril 2022

Cascais vai acolher mais 150 refugiados ucranianos que chegaram esta segunda-feira ao aeroporto de Figo Maduro num voo humanitário proveniente de Varsóvia (Polónia), que transportava ainda 14 animais de estimação a bordo, revelou a autarquia.

“É uma afirmação dos nossos valores democráticos, da nossa identidade, da nossa humanidade, que possamos, no dia 25 de Abril, acolher estes cidadãos em fuga da nova cortina de ferro que desce sobre a Europa. Estamos na ponta mais ocidental do velho continente, mas, tal como na ponta Leste, na Ucrânia, estamos juntos no combate pela liberdade e pela dignidade”, disse o presidente da câmara municipal, Carlos Carreiras.

Num momento em que já foram atribuídos mais de 33 mil pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residiam naquele país desde a invasão pelas tropas russas, o autarca de Cascais sublinhou que os “convidados ucranianos” podem agora reconstruir a sua vida face ao flagelo provocado pela guerra nos últimos dois meses.

O voo com estatuto humanitário foi fretado pela fundação LAPS, fundada pelo empresário italiano Lapo Elkann, que é presidida em Portugal pela sua mulher, Joana Lemos.

“Além de salvar estas vítimas da guerra, o nosso objetivo é despertar consciências e apelar a que outros possam também contribuir. À semelhança das várias iniciativas solidárias de combate à pandemia, a Fundação LAPS quer ajudar estas pessoas a reconstruírem uma vida digna, sendo que isto só foi possível também graças ao dinamismo e à proatividade da câmara municipal de Cascais”, referiu.

Segundo a nota enviada à comunicação social, o voo foi operado por um avião Boeing 737 da companhia ucraniana SkyUp, que destacou a importância de poder continuar a trabalhar durante a guerra.

“Não estamos só a ajudar pessoas a fugir do conflito e a viajar para Cascais. Ao mesmo tempo, com o apoio da Fundação LAPS, os funcionários da companhia podem receber salários e pagar impostos ao Estado”, disse Viktor Puharskyy, CEO da Avia Services & Logistics.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

LUSA/HN

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