A obra, inspirada em experiências vividas ao longo da carreira de Marta Ulrich, faz uma abordagem humanizada da dislexia – uma disfunção neurológica que dificulta a aprendizagem. No livro, a autora revela o interesse intrínseco que tinha em “tentar introduzir na criança o divertimento ou interesse pela leitura”.
A autora, fortemente influenciada por pesquisas de investigadores feitas na área, fez um resumo das melhores estratégias para facilitar o ensino, apresentando, ao mesmo tempo, algumas reflexões sobre a relação entre a pessoa que ensina e a criança.
Educadora e mais tarde Psicóloga, Marta Ulrich conta que sempre procurou “organizar formas práticas de intervir na leitura e escrita, tornando as particularidades/ regras da língua portuguesa a um lado compreensível para a criança, e por outro lado, lúdicas e atraentes, usando a empatia e a relação”.
A especialista deixa, ao longo da obra, vários alertas sobre a importância de entender estas crianças, apontando como fundamental a promoção da motivação, compreensão e empatia. Aos olhos de Ulrich, a motivação é um fator relevante no processo de leitura, concluindo que provavelmente “a sua falta é um fator impeditivo de um acesso fácil à leitura e escrita.”
Alguns dos testemunhos sobre o livro realçam o trabalho desenvolvido por Marta Ulrich e o seu contributo na área da dislexia.
Para a investigadora Carlota Themudo Ferreira, “em ‘Ler ou Não ler’ encontramos uma metodologia bem sistematizada, uma análise muito pertinente das dificuldades especificas que ocorrem na aprendizagem da leitura em língua portuguesa e um foco na criança enquanto ser em desenvolvimento, com necessidade de aprender mas, sobretudo, com necessidade de crescer em harmonia consigo e com os sistemas em que se encontra envolvida.”
No mesmo sentido, a docente Maria Helena Rio Tinto, admite que “face à diversidade dos alunos, a maioria dos professores expressa ter grandes dificuldades, principalmente, na gestão do currículo da Língua Materna. Uma elevada percentagem de crianças e jovens com aptidões para aprender, encontra-se em situação de insucesso por não ter sido atempadamente objeto de uma intervenção adequada. Em situações de risco, biológico ou social, indicadores de possíveis dificuldades, podem ser precocemente identificados e oportunamente delineadas estratégias de intervenção.”
“Este trabalho, apresenta-se como um bom instrumento de reflexão, e oferece-nos excelentes propostas”, conclui Rio Tinto.
O livro será apresentado esta quinta-feira às 18h30 no ISPA. A entrada é livre.
HN/Vaishaly Camões
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