Arcebispo de São Francisco quer privar Nancy Pelosi da comunhão por defender o aborto

21 de Maio 2022

O arcebispo de São Francisco determinou que seja recusada a comunhão católica à líder dos democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, por defender o direito ao aborto, segundo uma carta tornada pública esta sexta-feira.

“Você não se deve apresentar para [receber] a Sagrada Comunhão e, se isso acontecer, você não deve ser admitida, até que você repudie publicamente a sua defesa da legitimidade do aborto, e confesse e receba a absolvição por este grave pecado”, escreveu o arcebispo norte-americano Salvatore Cordileone, numa carta dirigida quinta-feira à presidente da Câmara dos Representantes dos EUA.

Invocando a posição da Igreja sobre a questão do aborto, Salvatore Cordileone refere na sua carta que já tinha ameaçado Nancy Pelosi, representante eleita pela Califórnia durante décadas, com esta medida, em abril deste ano, caso a democrata não repudiasse publicamente a defesa do direito ao aborto.

Este anúncio do arcebispo surge numa fase em que o direito ao aborto nos Estados Unidos está sob ameaça pelo Supremo Tribunal.

Segundo o Politico, a mais alta instância jurídica norte-americana parece preparara para reverter o curso, 50 anos depois da sua histórica decisão de proteger o aborto.

Após o surgimento do tema nos ‘media’, no início de maio, Nancy Pelosi e o líder dos democratas, Chuck Schumer, consideraram a possível decisão do Supremo Tribunal “uma abominação”, num comunicado de imprensa conjunto.

“Se esta informação estiver correta, o Supremo Tribunal está pronto para impor a mais forte restrição de direitos em cinquenta anos – não apenas às mulheres, mas a todos os norte-americanos”, alertaram.

Mesmo que a maioria da população seja a favor do direito ao aborto, segundo sondagens recentes, este tema tem sido uma questão social fraturante nos Estados Unidos, desde a famosa decisão ‘Roe v. Wade’, que desde 1973 protege como constitucional o direito de interromper a gravidez em todo o país.

O arcebispo também pediu a “todos os fiéis da arquidiocese de São Francisco que rezem por todos os eleitos, especialmente os eleitos católicos” que promovem o direito ao aborto, para que mudem de opinião “sobre este assunto da maior gravidade”.

LUSA/HN

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