Falando sobre hipótese de o novo hospital ser construído no Bombarral, no distrito de Leiria, Hélder Sousa Silva (PSD) afirmou à agência Lusa que “não quer mandar qualquer munícipe seu para o Bombarral, porque a ida [atual] para Torres Vedras já é altamente questionada, por representar um ‘andar para trás’”, tendo em conta que o território do CHO tem o Santa Maria, em Lisboa, como hospital central de referência.
Nesse cenário, o autarca de Mafra, concelho do distrito de Lisboa que integra a Área Metropolitana de Lisboa, mas faz fronteira com os municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste e cuja população é em parte é servida pelo CHO, disse que vai “lutar incessantemente para que Mafra saia do CHO”.
“Tudo farei para que os meus 100 mil utentes drenem só para um hospital para o lado de Lisboa, o Beatriz Ângelo [Loures] ou outro, se o hospital for para norte de Torres Vedras”, assegurou.
O estudo qualitativo e o estudo sobre a localização do futuro hospital vão ser apresentados na quinta-feira aos autarcas da OesteCIM, na reunião do conselho intermunicipal, de acordo com a agenda, a que a agência Lusa teve acesso.
Salientando que os 100 mil habitantes do concelho de Mafra deviam ser servidos por um único hospital e não estarem divididos entre o CHO e o Hospital Beatriz Ângelo, Hélder Sousa Silva defendeu a construção do novo estabelecimento hospitalar a sul, para servir Mafra e os concelhos da região Oeste que pertencem ao distrito de Lisboa (Torres Vedras, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Cadaval).
“Os mais de 200 mil habitantes só de Torres e Mafra justificariam um novo hospital para resolver o problema de saúde que subsiste no CHO e esta solução deixaria livre a parte mais a norte para se construir um outro polo”, preconizou.
A sul, acrescentou, a nova unidade poderia ser construída junto ao nó da Enxara dos Bispo da autoestrada 8, na confluência dos concelhos de Mafra, Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço,uma localização que pediu para ser ponderada à equipa técnica, a quem a OesteCIM encomendou o estudo para a localização e perfil assistencial do novo hospital para a região.
Na sexta-feira, a distrital do PSD/Oeste defendeu “o abandono da ideia de se construir um só hospital para o Oeste” e apelou à união dos autarcas dos territórios servidos pela unidade de Torres Vedras do CHO em torno da construção de uma nova unidade a sul, recorrendo a uma parceria público-privada.
O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, servindo cerca de 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
O CHO foi criado em 2012 e resultou da fusão dos centros hospitalares Oeste Norte – que abrangia os hospitais de Caldas da Rainha e Peniche e servia Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Alcobaça e Nazaré – de Torres Vedras, que servia, além deste concelho, Lourinhã, Mafra, Cadaval e Sobral de Monte Agraço.
Com a criação de um único centro hospitalar, os vários serviços hospitalares foram reestruturados, ficando Torres Vedras especializada na Ortopedia e Caldas da Rainha na Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.
LUSA/HN
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