Em comunicado, o instituto do Porto revela que o artigo, publicado na revista Autophagy, “abre portas à exploração de terapias dirigidas” àquela proteína, intitulada LAMP2, e cuja ausência diminui a resposta imune ao afetar a produção das células T no timo (órgão regulador central da resposta imunitária).
O desenvolvimento de novas terapias permitirá restaurar a função tímica em pessoas com problemas imunológicos causados pela ação deficiente das células T, como é o caso da população envelhecida e de pacientes imunocomprometidos.
“A pandemia provocada pelo novo vírus SARS-CoV-2 demonstrou a importância de estarmos sempre equipados com um sistema imune composto por um reportório de células T diverso, que seja imunológica e funcionalmente competente para responder a qualquer nova ameaça”, refere o i3S.
A criação das células T, que são capazes de reconhecer todos os elementos estranhos, ocorre no timo, estando também dependente do microambiente fornecido pelo timo, que é “arquitetado e proporcionado pelas chamadas células epiteliais tímicas”.
Foi precisamente nestas células que os investigadores descobriram a proteína LAMP2, que se veio a revelar essencial na regulação do desenvolvimento das células T.
Citado no comunicado, o investigador Nuno Alves afirma que a proteína “permite diversificar o reportório de células T, isto é, selecionar uma população diversa de células capazes de responder a várias ameaças”.
Os resultados, salienta o investigador líder do grupo Thymus Development and Function Laboratory, “são verdadeiramente inovadores na área do desenvolvimento das células T, pois permitem compreender melhor os mecanismos fundamentais que regulam o estabelecimento da imunidade conferido pelas células T”.
Ao mesmo tempo, a descoberta abre portas para a “possibilidade de explorar terapeuticamente a função da LAMP2 para restaurar a função tímica em indivíduos com doenças associadas a respostas T deficientes”.
A equipa de investigadores vai agora tentar perceber se a função da proteína diminui com a idade e se o declínio da mesma contribui para a perda da diversidade das células T.
“Se isso se comprovar, teremos uma oportunidade única para tentar restaurar terapeuticamente a função da LAMP2, e desta forma conseguirmos rejuvenescer a resposta imunológica de grupos de risco, como os indivíduos mais idosos ou pacientes imunocomprometidos, a novas infeções, cancro ou vacinas”, acrescenta.
LUSA/HN
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