Os investigadores analisaram 5.518 doentes com diabetes tipo 2, uma doença que aumenta o risco de desenvolver insuficiência cardíaca e morte de causas cardiovasculares. A maioria dos doentes (69%) era do sexo masculino e a média de idades era de 62 anos. Todos tinham sido incluídos num grande ensaio clínico que testou a hipótese de combinar medicamentos para controlo dos níveis de gordura no sangue com o objetivo de prevenir problemas cardíacos em doentes de alto risco.
As conclusões foram publicadas na revista científica Diabetes Care, da American Diabetes Association, uma das mais conceituadas nesta área a nível mundial.
Um dos resultados do estudo, coordenado por João Pedro Ferreira (investigador da FMUP), indica que o grupo dos doentes medicados com fenofibrato (fármaco usado para reduzir os níveis de triglicerídeos no sangue) em associação com uma estatina (fármaco usado para reduzir os níveis de colesterol no sangue) registou “menos primeiras hospitalizações por insuficiência cardíaca ou morte de causa cardiovascular do que os doentes medicados com estatina em associação com placebo”.
Os cientistas apontam ainda que “este efeito benéfico da de fenofibrato associado a estatina foi mais importante entre os doentes com diabetes que estavam a seguir uma estratégia padrão para a redução da glicose (açúcar no sangue) em comparação com o que faziam uma estratégia mais intensiva”.
De acordo com os autores, “este estudo sugere que o fenofibrato pode ser usado para prevenir a insuficiência cardíaca em pessoas com diabetes de tipo 2. Contudo, mais estudos são necessários antes de estes resultados serem aplicados à prática clínica.
Este estudo foi suportado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da UnIC – uma Unidade de Investigação com sede na FMUP. Além de João Pedro Ferreira (primeiro autor e coordenador do estudo), assinam este artigo os investigadores Francisco Vasques-Nóvoa, Diana Ferrão, Francisca Saraiva, Inês Falcão-Pires, João Sérgio Neves, Abhinav Sharma, Patrick Rossignol, Faiez Zannad e Adelino Leite Moreira, todos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
FMUP/HN
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