A concentração, marcada para as 19:00, insere-se nas iniciativas que estão a ser promovidas pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos do distrito de Santarém em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), estando também agendada para esse dia, às 18:00, uma ação idêntica no concelho vizinho de Benavente.
Para quinta-feira, às 19:00, está ainda marcada outra iniciativa junto ao Hospital Distrital de Santarém e no sábado, às 09:30, junto à Câmara Municipal de Rio Maior.
Numa nota enviada à Lusa, o Movimento de Utentes de Salvaterra de Magos (MUSM) lembra que, atualmente, no concelho “há mais de 16.500 utentes sem médico de família”, afetando “mais de 75% da população”, o que coloca o município “como um dos piores no distrito de Santarém quanto à prestação de cuidados de saúde primários”.
Na nota, o MUSM refere ainda que a extensão de saúde de Glória do Ribatejo, que serve perto de 5.000 utentes (de Glória do Ribatejo, Granho e Muge), passou, em 29 de abril, de dois médicos a tempo inteiro para apenas um clínico, que dá consultas durante meio dia, uma vez por semana, “não estando assegurada sequer a sua continuidade”.
“Em Salvaterra de Magos há apenas um médico de família fixo a servir as populações. Existem outros médicos que prestam serviço na mesma extensão de saúde, mas de forma irregular, o que dificulta sobremaneira o agendamento de consultas”, acrescenta.
O movimento refere ainda a existência de “alguns problemas estruturais e de manutenção” no edifício, o qual necessita de “obras urgentes para a sua resolução”.
O MUSM salienta as dificuldades colocadas às populações com o encerramento das extensões de saúde em Muge e Granho, em 2008, já que os transportes públicos até Glória do Ribatejo são “bastante escassos e com horários completamente desajustados às necessidades”.
O movimento refere, igualmente, que a saída de dois clínicos de Marinhais, deixou este centro de saúde com apenas “dois médicos temporários, o que dificulta agendar as consultas”, com “mais de metade da população” sem médico de família.
“Existem crianças e grávidas sem as consultas obrigatórias, idosos e doentes crónicos que demoram meses a ter credenciais de medicação. Acresce ainda que o Centro de Saúde de Marinhais é antigo, exíguo, funciona no primeiro piso de um edifício residencial, encontrando-se completamente obsoleto para dar a resposta adequada a uma população de mais de 6 mil utentes”, lê-se na nota.
O MUSM pede ao Ministério da Saúde uma “resposta célere” à disponibilização pelo município de um terreno para a construção de um novo equipamento público de prestação de cuidados de saúde primários.
“Paralelamente, os dois hospitais públicos que servem o concelho – Santarém e Vila Franca de Xira – são relativamente longe, sem esquecer, mais uma vez, que os transportes públicos que efetuam essas ligações são praticamente inexistentes”, acrescenta.
No encontro agendado para sexta-feira, vai ser exigida a colocação de médicos e enfermeiros de família para todos os utentes, a contratação de secretários clínicos e assistentes operacionais, a reabertura das extensões de saúde de Muge e Granho, melhores condições nas infraestruturas dos Centros de Saúde, a construção de um novo centro de saúde em Marinhais, materiais médicos e “um Serviço Nacional de Saúde universal, geral, gratuito e de proximidade”, é acrescentado a nota.
Em Benavente, a Comissão de Utentes do Concelho de Benavente (CUCB) vai promover uma tribuna pública para dar “expressão ao sentimento de indignação dos milhares de utentes sem médico de família do concelho”, no final da qual será lançado um abaixo-assinado, para recolha de assinaturas até setembro, e votada uma moção a dirigir ao primeiro-ministro.
LUSA/HN
0 Comments